Por Andrea Giardino, editora-assistente do COMPUTERWORLD
A certificação ITIL (Information Technology Infrastrutucre Library), biblioteca de melhores práticas de TI, continua ganhando espaço no Brasil. Considerado um diferencial no currículo dos profissionais que atuam com processos e gestão de projetos, o canudo promete ser ainda mais valorizado no mercado para quem tem o Service Manager (avançado) – exigido para os profissionais que lidam com o ITIL V3.
Diante da possibilidade de já fazer o exame em português na nova versão, a expectativa é que um número maior de pessoas obtenha o título. Nos últimos cinco anos, o Exin, instituto holandês independente que realiza exames em ITIL, certificou 32 mil profissionais no País. “Percebemos, inclusive, movimento de maior procura pelo Manager, que começou em 2007”, afirma Milena Andrade, gerente regional da subsidiária brasileira.
Além disso, destaca, o mercado começou a reconhecer o valor destes profissionais e o impulso que eles davam aos projetos de gerenciamento de serviços e melhoria de performance em TI. Hoje, há três tipos de certificação em ITIL: Foundation (básico), Practitioner (intermediário) e Service Manager (avançado). No Brasil, 95% dos profissionais certificados possuem o diploma Foundation, 2% têm o Practitioner e os outros 3% possuem o Manager.
A gerente do Exin ressalta que os cursos não só preparam e avaliam o aluno em relação ao conteúdo, como também em aspectos comportamentais de liderança, capacidade de comunicação, trabalho em equipe e postura gerencial. “Ainda há uma grande pirâmide com base muito densa em fundamentos, mas ela deve seguir rumo ao topo numa velocidade maior a cada ano”, aposta Milena.
Na sua opinião, quanto melhor for a formação do profissional, maiores serão os resultados que ele promoverá frente às mudanças e desafios. “Se o mercado é exigente, o profissional precisa ser bem mais qualificado e estar afinado com as melhores práticas em gestão de TI, reunidas na ITIL.
Salários em alta
Independente da certificação que o profissional conquiste, o salário sempre sobe. De acordo com Ricardo Basaglia, gerente de TI da empresa de recrutamento Michael Page, a remuneração cresce entre 10% e 15%. Embora ainda não seja pré-requisito para analistas de TI, o consultor é categórico em afirmar que o título é mandatório para gerentes e coordenadores. “Em ambos os casos, quem não tiver a certificação, está fora do processo seletivo”, revela.
Na integradora Sonda Procwork, o certificado não é exigido na hora da contratação. Mas a empresa incentiva os funcionários a buscarem formação, subsidiando a prova. Sem revelar o número de empregados certificados, Ana Lúcia de Melo Martins, diretora de contas da companhia, afirma que ainda poucos possuem o diploma ITIL. E desse universo, a maioria tem o Foundation. "No entanto, mostramos o quanto é importante dominar as melhores práticas para crescer", diz.
Apesar do crescimento do Service Manager – em que os salários podem dobrar -, Basaglia explica que a demanda no mercado ainda é pequena. As oportunidades para esses profissionais estão nas consultorias, que os disputam a tapas. É o caso da Pink Elephant, consultoria de tecnologia da informação que atua na capacitação ITIL.
Mesmo sendo celeiro de mão-de-obra para o mercado, a empresa no início do ano sentiu na pele a dificuldade em encontrar um profissional com certificação Manager para atuar em seus quadros. “O rouba-rouba de talentos entre a concorrência é imenso e reter profissionais representa uma tarefa complicada”, diz Clebert Duarte, diretor geral da companhia no Brasil.
De olho no potencial de mercado, a Pink Elephant está reestruturando seus cursos. A partir do segundo semestre eles se dividirão em três níveis: VIP, voltado a diretores e gerentes seniores; Padrão, direcionado a técnicos e gerentes médios; e Básico, com foco em estudantes. Hoje, dos alunos que passam pelas salas de aula da companhia, 75% fazem a certificação Foundation.
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