terça-feira, 30 de junho de 2009
Business Intelligence chega à fase de maturidade
São Paulo - Evolução de políticas de gestão faz com que implementação de BI apareça, ano após ano, na lista de prioridades das áreas de TI.
Por Fabiana Monte, editora-assistente do COMPUTERWORLD
29 de junho de 2009 - 07h00
Há anos, ferramentas de Business Intelligence (BI) aparecem na lista das dez prioridades das áreas de tecnologia da informação das empresas - desde 2003, por exemplo, é aposta certeira na relação divulgada pelo instituto de pesquisas Gartner. Mas o que faz uma tecnologia destacar-se, seguidamente, nos rankings de prioridades organizados pelas consultorias globais?
Ricardo Neves, líder da área de TI no Brasil e América do Sul da consultoria PricewaterhouseCoopers, explica que a constante evidência do BI está ligada diretamente à crescente necessidade das empresas de alcançar maior agilidade e eficiência operacional.
A consolidação do uso dos chamados “sistemas do negócio”, como gestão corporativa (da sigla em inglês, ERP) e gestão do relacionamento com o cliente (da sigla em inglês, CRM), faz com que as corporações acumulem dezenas de milhões de dados sobre seus negócios. O papel das ferramentas de BI é apresentar aos gestores variáveis que os apóiem na tomada de decisão para suportar mudanças ou práticas de negócios.
“Depois da promessa trazida pelo ERP e pelo CRM de uma empresa mais integrada e eficiente, existiu uma demanda muito forte por informações para tomar decisões de forma ágil”, diz Neves. Ao longo dos anos, as organizações investiram milhões de dólares em sistemas para obter e consolidar dados sobre seus negócios. O desafio seguinte - e que se mantém - é extrair informações relevantes desse emaranhado de números acumulados nos sistemas de gestão.
Para Rita Sallam, diretora de pesquisa do Gartner com foco em BI e gerenciamento de desempenho, o Business Intelligence está em voga há anos por uma série de motivos, mas o principal é que as empresas precisam de ferramentas para tomar as melhores decisões. “Tipicamente, boa parte do problema é ter acesso aos dados de que elas precisam”, avalia.
Beauty Intelligence
A Avon, empresa que atua no ramo de cosméticos e fatura mais de 10 bilhões de dólares por ano, começou a dar os primeiros passos no uso de BI em 2002 e já investiu cerca de 6 milhões de dólares na tecnologia, com a solução da MicroStrategy. A companhia comercializa seus produtos, como maquiagem e bijuteria, em mais de 100 países, exclusivamente, por meio de vendas diretas que conta com, aproximadamente, 6 milhões de vendedoras autônomas.
O desafio do BI na companhia é grande. De acordo com Andréa Pereira, diretora de TI da Avon no Brasil, diariamente são recebidos cerca de 80 mil pedidos das vendedoras. Por ano, a empresa troca 19 vezes os produtos de seu catálogo.
“Hoje o BI já dá bastante retorno para a empresa, é muito utilizado na área de vendas e de marketing, mas acho que ainda temos muitas oportunidades a explorar com a ferramenta”, pondera. Para Andréa, dois aspectos mantêm a tecnologia em destaque nos orçamentos. Primeiro, porque a implantação dessa tecnologia é um processo que toma tempo.
Além dos aspectos técnicos, observa a diretora, é necessário promover mudanças culturais na organização e no próprio perfil do usuário, que deve ter uma visão cada vez mais analítica dos dados. “As pessoas têm de fazer cruzamento de informações e projeções. Não é uma ferramenta que você pede para o estagiário gerar relatório”, ressalta.
Do lado da empresa, é necessário padronizar os conceitos utilizados pelas diversas áreas da corporação, unificando o banco de dados de onde serão extraídas as informações a serem analisadas. Na Avon, a solução foi criar um glossário dentro da ferramenta, garantindo a uniformidade de conceitos.
O segundo fator que mantém o Business Intelligence em alta é que, ao usar essa ferramenta, as empresas estabelecem novos níveis de exigência em relação à análise de informações: quanto mais a ferramenta é utilizada, mais se percebe o quão importante e útil ela é para a gestão estratégica do negócio.
De acordo com Andréa, BI é um processo sem fim. Na Avon, a implantação da tecnologia começou devagar, como um projeto dentro da área de tecnologia da informação, mas que teve de envolver todas as áreas da companhia. “Fizemos entrevistas com pessoas de vários níveis para entender o que elas queriam e consolidamos as demandas para fazer a implantação por etapas", diz. "Começamos com indicadores de marketing, depois de vendas, financeiros e até hoje a gente vai acrescentando”, enumera a executiva.
O sistema de BI da Avon acumula três anos de históricos de pedidos, promoções e campanhas de venda, por região, entre outras informações. Isso permite à empresa realizar comparações de desempenho com base em ações já tomadas. Essas informações alimentam a área mundial de análise e são decisivas para que a operação da companhia tome decisões sobre investimentos publicitários, por exemplo. Graças à análise gerada pela ferramenta de BI, a unidade brasileira conseguiu verba para anúncios em TV e revista.
“Chegamos à conclusão de que o Brasil é um dos países com maior retorno sobre o investimento feito em propaganda de TV. É difícil quantificar nosso ganho, mas posso dizer que hoje fazemos um trabalho muito mais consciente em relação a qualquer tipo de investimento e lançamento”, orgulha-se Andréa.
Por Fabiana Monte, editora-assistente do COMPUTERWORLD
29 de junho de 2009 - 07h00
Há anos, ferramentas de Business Intelligence (BI) aparecem na lista das dez prioridades das áreas de tecnologia da informação das empresas - desde 2003, por exemplo, é aposta certeira na relação divulgada pelo instituto de pesquisas Gartner. Mas o que faz uma tecnologia destacar-se, seguidamente, nos rankings de prioridades organizados pelas consultorias globais?
Ricardo Neves, líder da área de TI no Brasil e América do Sul da consultoria PricewaterhouseCoopers, explica que a constante evidência do BI está ligada diretamente à crescente necessidade das empresas de alcançar maior agilidade e eficiência operacional.
A consolidação do uso dos chamados “sistemas do negócio”, como gestão corporativa (da sigla em inglês, ERP) e gestão do relacionamento com o cliente (da sigla em inglês, CRM), faz com que as corporações acumulem dezenas de milhões de dados sobre seus negócios. O papel das ferramentas de BI é apresentar aos gestores variáveis que os apóiem na tomada de decisão para suportar mudanças ou práticas de negócios.
“Depois da promessa trazida pelo ERP e pelo CRM de uma empresa mais integrada e eficiente, existiu uma demanda muito forte por informações para tomar decisões de forma ágil”, diz Neves. Ao longo dos anos, as organizações investiram milhões de dólares em sistemas para obter e consolidar dados sobre seus negócios. O desafio seguinte - e que se mantém - é extrair informações relevantes desse emaranhado de números acumulados nos sistemas de gestão.
Para Rita Sallam, diretora de pesquisa do Gartner com foco em BI e gerenciamento de desempenho, o Business Intelligence está em voga há anos por uma série de motivos, mas o principal é que as empresas precisam de ferramentas para tomar as melhores decisões. “Tipicamente, boa parte do problema é ter acesso aos dados de que elas precisam”, avalia.
Beauty Intelligence
A Avon, empresa que atua no ramo de cosméticos e fatura mais de 10 bilhões de dólares por ano, começou a dar os primeiros passos no uso de BI em 2002 e já investiu cerca de 6 milhões de dólares na tecnologia, com a solução da MicroStrategy. A companhia comercializa seus produtos, como maquiagem e bijuteria, em mais de 100 países, exclusivamente, por meio de vendas diretas que conta com, aproximadamente, 6 milhões de vendedoras autônomas.
O desafio do BI na companhia é grande. De acordo com Andréa Pereira, diretora de TI da Avon no Brasil, diariamente são recebidos cerca de 80 mil pedidos das vendedoras. Por ano, a empresa troca 19 vezes os produtos de seu catálogo.
“Hoje o BI já dá bastante retorno para a empresa, é muito utilizado na área de vendas e de marketing, mas acho que ainda temos muitas oportunidades a explorar com a ferramenta”, pondera. Para Andréa, dois aspectos mantêm a tecnologia em destaque nos orçamentos. Primeiro, porque a implantação dessa tecnologia é um processo que toma tempo.
Além dos aspectos técnicos, observa a diretora, é necessário promover mudanças culturais na organização e no próprio perfil do usuário, que deve ter uma visão cada vez mais analítica dos dados. “As pessoas têm de fazer cruzamento de informações e projeções. Não é uma ferramenta que você pede para o estagiário gerar relatório”, ressalta.
Do lado da empresa, é necessário padronizar os conceitos utilizados pelas diversas áreas da corporação, unificando o banco de dados de onde serão extraídas as informações a serem analisadas. Na Avon, a solução foi criar um glossário dentro da ferramenta, garantindo a uniformidade de conceitos.
O segundo fator que mantém o Business Intelligence em alta é que, ao usar essa ferramenta, as empresas estabelecem novos níveis de exigência em relação à análise de informações: quanto mais a ferramenta é utilizada, mais se percebe o quão importante e útil ela é para a gestão estratégica do negócio.
De acordo com Andréa, BI é um processo sem fim. Na Avon, a implantação da tecnologia começou devagar, como um projeto dentro da área de tecnologia da informação, mas que teve de envolver todas as áreas da companhia. “Fizemos entrevistas com pessoas de vários níveis para entender o que elas queriam e consolidamos as demandas para fazer a implantação por etapas", diz. "Começamos com indicadores de marketing, depois de vendas, financeiros e até hoje a gente vai acrescentando”, enumera a executiva.
O sistema de BI da Avon acumula três anos de históricos de pedidos, promoções e campanhas de venda, por região, entre outras informações. Isso permite à empresa realizar comparações de desempenho com base em ações já tomadas. Essas informações alimentam a área mundial de análise e são decisivas para que a operação da companhia tome decisões sobre investimentos publicitários, por exemplo. Graças à análise gerada pela ferramenta de BI, a unidade brasileira conseguiu verba para anúncios em TV e revista.
“Chegamos à conclusão de que o Brasil é um dos países com maior retorno sobre o investimento feito em propaganda de TV. É difícil quantificar nosso ganho, mas posso dizer que hoje fazemos um trabalho muito mais consciente em relação a qualquer tipo de investimento e lançamento”, orgulha-se Andréa.
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