terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Análise: o Google Apps tem potencial para dominar o mercado?
Saiba quais são as promessas do pacote de aplicativos de produtividade para escritórios e o que ele oferece de fato, com base em opiniões de clientes.
Por Redação da Computerworld/EUA
01 de dezembro de 2009 - 06h30
Depois de dominar o mercado de buscas e de publicidade online, o Google está trabalhando para se tornar um grande provedor de softwares para negócios, com aplicativos de colaboração, por meio do Google Apps.
O apelo principal da ferramenta é a integração entre as diversas ferramentas: editor de textos, planilhas de cálculos, calendário, Google Talk, Google Vídeo, Gmail, entre outras. O pacote é vendido por 50 dólares anuais, para cada usuário.
Uma pesquisa recente da consultoria International Data Corporation (IDC) indica que a ferramenta já é utilizada amplamente por 20% das companhias. Um dos principais clientes é a administração da cidade de Los Angeles, que contratou o pacoteem sua versão corporativa para 30 mil usuários.
Fica bastante claro que o Google trabalha intensamente para oferecer substitutos à altura para o Windows e o Office, impondo sua cadeia de valor ao mercado. Mas o Google Apps estaria pronto para o mercado corporativo?
E-mail conta pontos a favor
Em se tratando de correio eletrônico, o Google oferece vantagens. E-mails representam um grande investimento para as empresas, portanto não surpreende que o Gmail seja uma opção popular.
Atualizar o Microsoft Exchange 2003 e 2007 requer custos adicionais de servidores, levando as empresas a consideraram o sistema de e-mail em nuvem. Por estas razões, o analista da Forrester Research, Ted Schadler, afirma que um e-mail baseado em nuvem (seja do Google ou de concorrentes) é quase sempre mais barato para companhias com menos de 15 mil usuários.
Embora seu tempo de funcionamento online não seja perfeito, o Google afirma que o sistema alcance 99,9% de disponibilidade. A empresa também cita um estudo do grupo Radicati Group, que classificou o Gmail como quatro vezes mais confiável do que o Microsoft Exchange em interrupções não planejadas, e dez vezes mais confiável em termos de desligamento planejado para manutenções.
Segurança de dados ainda levanta questionamentos
A segurança de dados na nuvem é um problema “que as empresas deverão conhecer”, admite o chefe de estratégias do site AlertSite, Ken Godskind. Um exemplo básico: ao migrar para o Google Apps, a cidade de Los Angeles insistiu na ameaça de punição à empresa caso houvesse perdas de dados.
O Google afirma que possui muitos consumidores em indústrias altamente reguladas, como o setor de saúde, que preza muito pela segurança. A empresa também diz que sua propriedade de codificação de dados e dispersão entre arquivos físicos e lógicos ajudam a manter as informações do cliente seguras. Quanto aos dados normatizados, a empresa recomenda que as companhias sigam suas regulamentações, mas reitera que não fornece orientação específica sobre como fazê-lo.
Concorrentes, por sua vez, indicam que a arquitetura de armazenamento do Google, na qual informações de diferentes clientes podem estar no mesmo setor, é uma ameaça à segurança. A questão de onde os dados ficam também é importante para organizações que precisam seguir regulamentações geográficas específicas, impedindo assim a adoção da ferramenta.
Contras: suporte técnico, capacidades limitadas, integração com o legado
Segundo alguns clientes, os aspectos negativos estão na qualidade do suporte técnico, dores de cabeça com migração de dados, falhas em funções e desempenho e a dor da mudança de hábitos familiares.
“Não há ninguém para ligar se você tiver um problema”, afirma o diretor de e-mails da companhia de vendas Sonian, Greg Arnette, que é um usuário do Google Apps e competidor do serviço Google Postini. Apesar do suporte por telefone estar incluído no Google Apps Premier Edition, “eles fazem tudo o que podem para redirecionar o cliente aos fóruns”, afirma Arnette. “Você nunca encontra uma pessoa. Ou eles estão cheios de serviço ou não conseguem lidar com as necessidades de suporte”, critica.
O blogueiro do site Geekzone, Mauricio Freitas, trocou o Google Apps pelo Microsoft Business Productivity Online Suite, depois da demora de 48 horas do Google para lhe informar sobre problemas com o Google Sync for Mobile.
A empresa afirma que redireciona seus clientes ao suporte online quando acredita que pode oferecer uma resposta melhor e mais rápida. A companhia também diz que o serviço de suporte 24/7 via telefone oferecido na versão paga é voltada a administradores, e que cabe aos revendedores oferecer esse suporte para usuários e ajudar as companhias com grandes desafios no uso da plataforma.
Há também os problemas com recursos e desempenho. O chefe executivo da empresa de marketing Sprinklr, Ragy Thomas, é um usuário entusiasta dos aplicativos do Google, como o Google Sites, mas admite que suas ferramentas de produtividade para escritório “não são para todas as companhias atualmente”.
No sistema, faltam algumas funções no editor de textos e no de planilhas, presentes nos produtos da concorrência, e algumas vezes parece lento rodando na web. Ragy está confiante que o Google resolverá esses problemas: a empresa promete solucionar o atraso em relação ao Office em 2010.
Outro desafio é a integração entre o Google Apps e aplicativos de legado que estão por toda parte em grandes companhias. O diretor sênior de produtos do Google Apps, Rajen Sheth, afirma que o Google e seus parceiros estão “avançando” nesta questão, com o desenvolvimento de novas interfaces de programação de aplicativos (API).
Com estratégia agressiva, o Google pode prevalecer
Para manter a ascensão, o Google continua inundando o mercado de novas ofertas, o que ajuda a manter a empresa como notícia, serve de propaganda para sua visão do futuro da computação e gera prestígio no meio tecnológico. Segundo Godskind, muita gente já está disposta a aceitar os novos paradigmas graças à estratégia agressiva da companhia.
Thomas, no entanto, ressalta que a aceitação não é fácil para grandes empresas, acostumadas às antigas estruturas e desconfiadas com as novas tecnologias. No entanto, ele acredita que no médio prazo as ferramentas e tecnologias podem evoluir e gerar casos de sucesso, levando até mesmo as maiores empresas a abandonarem suas estruturas antigas para se juntarem à nuvem. Essa é a aposta do Google.
Por Redação da Computerworld/EUA
01 de dezembro de 2009 - 06h30
Depois de dominar o mercado de buscas e de publicidade online, o Google está trabalhando para se tornar um grande provedor de softwares para negócios, com aplicativos de colaboração, por meio do Google Apps.
O apelo principal da ferramenta é a integração entre as diversas ferramentas: editor de textos, planilhas de cálculos, calendário, Google Talk, Google Vídeo, Gmail, entre outras. O pacote é vendido por 50 dólares anuais, para cada usuário.
Uma pesquisa recente da consultoria International Data Corporation (IDC) indica que a ferramenta já é utilizada amplamente por 20% das companhias. Um dos principais clientes é a administração da cidade de Los Angeles, que contratou o pacoteem sua versão corporativa para 30 mil usuários.
Fica bastante claro que o Google trabalha intensamente para oferecer substitutos à altura para o Windows e o Office, impondo sua cadeia de valor ao mercado. Mas o Google Apps estaria pronto para o mercado corporativo?
E-mail conta pontos a favor
Em se tratando de correio eletrônico, o Google oferece vantagens. E-mails representam um grande investimento para as empresas, portanto não surpreende que o Gmail seja uma opção popular.
Atualizar o Microsoft Exchange 2003 e 2007 requer custos adicionais de servidores, levando as empresas a consideraram o sistema de e-mail em nuvem. Por estas razões, o analista da Forrester Research, Ted Schadler, afirma que um e-mail baseado em nuvem (seja do Google ou de concorrentes) é quase sempre mais barato para companhias com menos de 15 mil usuários.
Embora seu tempo de funcionamento online não seja perfeito, o Google afirma que o sistema alcance 99,9% de disponibilidade. A empresa também cita um estudo do grupo Radicati Group, que classificou o Gmail como quatro vezes mais confiável do que o Microsoft Exchange em interrupções não planejadas, e dez vezes mais confiável em termos de desligamento planejado para manutenções.
Segurança de dados ainda levanta questionamentos
A segurança de dados na nuvem é um problema “que as empresas deverão conhecer”, admite o chefe de estratégias do site AlertSite, Ken Godskind. Um exemplo básico: ao migrar para o Google Apps, a cidade de Los Angeles insistiu na ameaça de punição à empresa caso houvesse perdas de dados.
O Google afirma que possui muitos consumidores em indústrias altamente reguladas, como o setor de saúde, que preza muito pela segurança. A empresa também diz que sua propriedade de codificação de dados e dispersão entre arquivos físicos e lógicos ajudam a manter as informações do cliente seguras. Quanto aos dados normatizados, a empresa recomenda que as companhias sigam suas regulamentações, mas reitera que não fornece orientação específica sobre como fazê-lo.
Concorrentes, por sua vez, indicam que a arquitetura de armazenamento do Google, na qual informações de diferentes clientes podem estar no mesmo setor, é uma ameaça à segurança. A questão de onde os dados ficam também é importante para organizações que precisam seguir regulamentações geográficas específicas, impedindo assim a adoção da ferramenta.
Contras: suporte técnico, capacidades limitadas, integração com o legado
Segundo alguns clientes, os aspectos negativos estão na qualidade do suporte técnico, dores de cabeça com migração de dados, falhas em funções e desempenho e a dor da mudança de hábitos familiares.
“Não há ninguém para ligar se você tiver um problema”, afirma o diretor de e-mails da companhia de vendas Sonian, Greg Arnette, que é um usuário do Google Apps e competidor do serviço Google Postini. Apesar do suporte por telefone estar incluído no Google Apps Premier Edition, “eles fazem tudo o que podem para redirecionar o cliente aos fóruns”, afirma Arnette. “Você nunca encontra uma pessoa. Ou eles estão cheios de serviço ou não conseguem lidar com as necessidades de suporte”, critica.
O blogueiro do site Geekzone, Mauricio Freitas, trocou o Google Apps pelo Microsoft Business Productivity Online Suite, depois da demora de 48 horas do Google para lhe informar sobre problemas com o Google Sync for Mobile.
A empresa afirma que redireciona seus clientes ao suporte online quando acredita que pode oferecer uma resposta melhor e mais rápida. A companhia também diz que o serviço de suporte 24/7 via telefone oferecido na versão paga é voltada a administradores, e que cabe aos revendedores oferecer esse suporte para usuários e ajudar as companhias com grandes desafios no uso da plataforma.
Há também os problemas com recursos e desempenho. O chefe executivo da empresa de marketing Sprinklr, Ragy Thomas, é um usuário entusiasta dos aplicativos do Google, como o Google Sites, mas admite que suas ferramentas de produtividade para escritório “não são para todas as companhias atualmente”.
No sistema, faltam algumas funções no editor de textos e no de planilhas, presentes nos produtos da concorrência, e algumas vezes parece lento rodando na web. Ragy está confiante que o Google resolverá esses problemas: a empresa promete solucionar o atraso em relação ao Office em 2010.
Outro desafio é a integração entre o Google Apps e aplicativos de legado que estão por toda parte em grandes companhias. O diretor sênior de produtos do Google Apps, Rajen Sheth, afirma que o Google e seus parceiros estão “avançando” nesta questão, com o desenvolvimento de novas interfaces de programação de aplicativos (API).
Com estratégia agressiva, o Google pode prevalecer
Para manter a ascensão, o Google continua inundando o mercado de novas ofertas, o que ajuda a manter a empresa como notícia, serve de propaganda para sua visão do futuro da computação e gera prestígio no meio tecnológico. Segundo Godskind, muita gente já está disposta a aceitar os novos paradigmas graças à estratégia agressiva da companhia.
Thomas, no entanto, ressalta que a aceitação não é fácil para grandes empresas, acostumadas às antigas estruturas e desconfiadas com as novas tecnologias. No entanto, ele acredita que no médio prazo as ferramentas e tecnologias podem evoluir e gerar casos de sucesso, levando até mesmo as maiores empresas a abandonarem suas estruturas antigas para se juntarem à nuvem. Essa é a aposta do Google.
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