terça-feira, 15 de dezembro de 2009
Criador do MySQL chama usuários para "salvar" software
Michael "Monty" Widenius vê ameaças ao banco de dados que criou e sugere que oponentes da compra da Sun pela Oracle enviem mensagens à União Europeia.
Por IDG News Service
14 de dezembro de 2009 - 17h59
O criador do MySQL Michael “Monty” Widenius lançou uma campanha na web para “salvar” o banco de dados de código aberto das “amarras” da Oracle, que tenta comprar seu atual proprietário, a Sun Microsystems.
A Oracle anunciou sua intenção de comprar a Sun em abril de 2009, por 7,4 bilhões de dólares. Mas o negócio está paralisado enquanto as autoridades européias não concluem suas avaliações sobre questões antitruste.
Uma das principais preocupações dos reguladores, e também dos defensores de iniciativas open source, é qual será o futuro do MySQL sob a Oracle que, com seu próprio sistema proprietário, detém uma fatia significativa do mercado de banco de dados.
Mas Widenius acredita que, se os usuários se manifestarem agora, as autoridades europeias poderiam bloquear a fusão, ou forçar a Oracle a oferecer certas concessões e garantias em relação ao MySQL, disse numa nota publicada em seu blog na sexta-feira (12/12).
Lobby de clientes
Ele argumenta que a Oracle contatou “centenas de seus grandes clientes”, pedindo a eles que façam lobby junto à União Europeia para apoiar o acordo. A Oracle tem dito a seus clientes que investirá mais dinheiro no desenvolvimento do MySQL e que mesmo se ela abandonasse o banco de dados, a liberação de uma ramificação do código-base “cuidaria das coisas”, cita Widenius.
Mas, para o desenvolvedor, tais esforços não são suficientes.
“Apenas colocar dinheiro no desenvolvimento não é prova de que qualquer coisa útil será entregue, ou que o MySQL continuará a ser uma força competitiva no mercado como é hoje”, disse.
E uma ramificação do código-base “não é suficiente para manter o MySQL vivo no futuro, caso a Oracle, como detentora dos direitos do MySQL, decida num dado momento matar o MySQL ou fechar partes do código do banco de dados”, acrescentou.
Dez anos atrás, o MySQL era usado principalmente para aplicações web, mas desde então se tornou “muito funcional, escalável e confiável” e é utilizado para uma diversidade de propósitos, ele adicionou.
“Isso não só assusta como realmente fere a Oracle todo dia”, ele diz. “É claro que o sistema da Oracle tem mais recursos, mas o MySQL já pode fazer uma variedade de coisas para as quais o Oracle é frequentemente utilizado e, assim, ajuda as pessoas a economizar um bocado de dinheiro. Dessa forma, eu simplesmente não acredito que a Oracle será um bom lar para o MySQL.”
Conversa com chefes
Widenius está pedindo aos usuários que pensam como ele tornar pública sua preocupação, enviando cartas à União Europeia, publicando blogs sobre o assunto e conversando com os executivos das empresas nas quais trabalham.
Os usuários tiveram reações iniciais mistas em relação ao apelo de Widenius.
“Vamos nos erguer hoje para enfrentar o mal”, disse um comentarista identificado como “Ryan Chan” na lista de discussão do MySQL.
Mas outros optaram por uma atitude liberal à fusão.
“Você vendeu o MySQL (e não há nada errado nisso)”, comentou uma pessoa em resposta ao post de Widenius. “A Oracle é livre para fazer o que quiser com ele, quero dizer, eles compraram, então é deles, ponto.”
Procurada, a Oracle não comentou o assunto.
A campanha de última hora de Widenius pode ser em vão, já que há indícios de que a União Europeia vai aprovar a fusão.
Nesta segunda-feira (14/12), a Oracle publicou uma declaração na qual apresenta dez compromissos a desenvolvedores e usuários do MySQL. As alegações, que seriam válidas por cinco anos a partir da aprovação do acordo, são um “importante novo elemento a ser levado em conta no processo”, disse a União Europeia em um comunicado.
A União Europeia também reiterou o recente comentário da comissária de competição Neelie Kroes, que disse estar otimista em relação a uma resolução satisfatória para o assunto.
Por IDG News Service
14 de dezembro de 2009 - 17h59
O criador do MySQL Michael “Monty” Widenius lançou uma campanha na web para “salvar” o banco de dados de código aberto das “amarras” da Oracle, que tenta comprar seu atual proprietário, a Sun Microsystems.
A Oracle anunciou sua intenção de comprar a Sun em abril de 2009, por 7,4 bilhões de dólares. Mas o negócio está paralisado enquanto as autoridades européias não concluem suas avaliações sobre questões antitruste.
Uma das principais preocupações dos reguladores, e também dos defensores de iniciativas open source, é qual será o futuro do MySQL sob a Oracle que, com seu próprio sistema proprietário, detém uma fatia significativa do mercado de banco de dados.
Mas Widenius acredita que, se os usuários se manifestarem agora, as autoridades europeias poderiam bloquear a fusão, ou forçar a Oracle a oferecer certas concessões e garantias em relação ao MySQL, disse numa nota publicada em seu blog na sexta-feira (12/12).
Lobby de clientes
Ele argumenta que a Oracle contatou “centenas de seus grandes clientes”, pedindo a eles que façam lobby junto à União Europeia para apoiar o acordo. A Oracle tem dito a seus clientes que investirá mais dinheiro no desenvolvimento do MySQL e que mesmo se ela abandonasse o banco de dados, a liberação de uma ramificação do código-base “cuidaria das coisas”, cita Widenius.
Mas, para o desenvolvedor, tais esforços não são suficientes.
“Apenas colocar dinheiro no desenvolvimento não é prova de que qualquer coisa útil será entregue, ou que o MySQL continuará a ser uma força competitiva no mercado como é hoje”, disse.
E uma ramificação do código-base “não é suficiente para manter o MySQL vivo no futuro, caso a Oracle, como detentora dos direitos do MySQL, decida num dado momento matar o MySQL ou fechar partes do código do banco de dados”, acrescentou.
Dez anos atrás, o MySQL era usado principalmente para aplicações web, mas desde então se tornou “muito funcional, escalável e confiável” e é utilizado para uma diversidade de propósitos, ele adicionou.
“Isso não só assusta como realmente fere a Oracle todo dia”, ele diz. “É claro que o sistema da Oracle tem mais recursos, mas o MySQL já pode fazer uma variedade de coisas para as quais o Oracle é frequentemente utilizado e, assim, ajuda as pessoas a economizar um bocado de dinheiro. Dessa forma, eu simplesmente não acredito que a Oracle será um bom lar para o MySQL.”
Conversa com chefes
Widenius está pedindo aos usuários que pensam como ele tornar pública sua preocupação, enviando cartas à União Europeia, publicando blogs sobre o assunto e conversando com os executivos das empresas nas quais trabalham.
Os usuários tiveram reações iniciais mistas em relação ao apelo de Widenius.
“Vamos nos erguer hoje para enfrentar o mal”, disse um comentarista identificado como “Ryan Chan” na lista de discussão do MySQL.
Mas outros optaram por uma atitude liberal à fusão.
“Você vendeu o MySQL (e não há nada errado nisso)”, comentou uma pessoa em resposta ao post de Widenius. “A Oracle é livre para fazer o que quiser com ele, quero dizer, eles compraram, então é deles, ponto.”
Procurada, a Oracle não comentou o assunto.
A campanha de última hora de Widenius pode ser em vão, já que há indícios de que a União Europeia vai aprovar a fusão.
Nesta segunda-feira (14/12), a Oracle publicou uma declaração na qual apresenta dez compromissos a desenvolvedores e usuários do MySQL. As alegações, que seriam válidas por cinco anos a partir da aprovação do acordo, são um “importante novo elemento a ser levado em conta no processo”, disse a União Europeia em um comunicado.
A União Europeia também reiterou o recente comentário da comissária de competição Neelie Kroes, que disse estar otimista em relação a uma resolução satisfatória para o assunto.
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