sábado, 31 de janeiro de 2009
WQS vai investir US$ 4,5 mi em projeto de coleta de dados de gado
Por Vinicius Cherobino, do COMPUTERWORLD
22 de janeiro de 2009 - 07h05
A WQS tinha um desafio sério. Controlar a entrada e saída de animais nos currais garantindo a exatidão das informações fundamentais sobre o gado.
Erros em dados como o sexo do animal, sua data de nascimento e de abate, além da chamada ‘noventena’ (a União Européia, por exemplo, exige que o animal fique 90 dias sem ser transportado antes de ser negociado), podem inviabilizar a exportação de todo um lote.
O modelo tradicional - anotar as informações em papel e depois passar para o computador na sede da fazenda - era reativo e gerava muitos problemas de padronização e erros.
A solução da WQS foi investir no que chamou de sistema de rastreabilidade móvel. Usando um dispositivo móvel e colocando uma etiqueta com código de barras no pescoço do animal, empresa conseguiu enviar as informações do gado em tempo real via GPR-S ou internet.
Os dados dos animais são enviados tanto para a sede da fazenda como para o Ministério da Agricultura, processo que tem o intuito de simplificar o atendimento das normas internacionais e facilitar a importação.
Atualmente, o sistema – que entrou em operação no mês de dezembro de 2008 – conta com 20 usuários dentre os seus 22 mil clientes. Na primeira parte do projeto, a WQS investiu 600 mil reais em software e hardware. Se chegar a três mil propriedades rurais até 2011, a meta da empresa, o projeto vai demandar mais 4,5 milhões de dólares em investimentos.
“O nosso desafio é ter mil clientes até o final de 2009. Esperamos faturar 1,5 milhão de reais já neste ano apenas com o novo sistema”, conta Valmir Luis Rodrigues, diretor da WQS.
Rodrigues afirma que a maior dificuldade para a realização do projeto na definição dos equipamentos móveis. “Não são todos os dispositivos que suportam as condições hostis do curral, com a tecnologia para capturar e transmitir os dados”, conta.
A empresa optou por aparelhos da Intermec que, com parceria com a MGI, auxiliou na criação do sistema. "A partir do mês de março, estaremos levando entre 50 a 100 equipamentos por mês ao nossos clientes", completou Rodrigues.
As tecnologias móveis quentes indicadas pelo Gartner
As tecnologias móveis continuam como as principais tendências do mercado para 2009 e 2010. O Gartner identificou as oito tecnologias sem fio que evoluirão significativamente nos próximos anos, impactando no curto prazo as estratégias e políticas do mercado móvel. São elas:
1. Bluetooth 3.0
A especificação Bluetooth 3.0 será lançada neste ano e os dispositivos com tal tecnologia começarão a chegar ao mercado em 2010. Segundo o Gartner, a versão 3.0 provavelmente irá incluir funcionalidades como ultra-low-power, modo que permitirá o uso de novos dispositivos, tais como periféricos e sensores, e novas aplicações, como monitoramento de saúde. O Bluetooth 3.0 terá suporte a três tecnologias: o Bluetooth clássico, Wi-Fi e ultrabanda larga (wideband-UWB). Mas é possível que o padrão tenha conectividade com outras especificações. Devido à sua ampla disponibilidade, a conectividade com o Wi-Fi será a mais importante no curto prazo e permitirá que celulares transfiram rapidamente grandes volumes de dados.
2. Interfaces para usuários móveis (UIs, na sigla em inglês)
O Gartner aponta que as UIs terão um grande efeito sobre a usabilidade e o suporte dos dispositivos móveis. Esta será uma área na qual haverá uma intensa competição entre os fabricantes em 2009 e 2010, que utilizarão as UIs para diferenciar seus aparelhos e plataformas. De acordo com a consultoria, a diversidade de UIs vão complicar o desenvolvimento e o suporte das empresas para aplicações de comércio eletrônico entre empresas (B2B) e transações entre empresas e consumidores (B2C). Por esse motivo, a consultoria alerta que os fabricantes devem esperar maior demanda dos usuários para suporte de aparelhos. Apesar disso, as interfaces tornarão mais acessível a web móvel em pequenos dispositivos e este será o melhor canal para clientes e empregados.
3. Sensor de localização
Com os sensores de localização, as aplicações móveis serão mais poderosas e úteis. No futuro, a localização será um componente-chave e reforçará outros sistemas, como o de presença móvel e de redes sociais móveis. O Gartner observa que a crescente maturidade dos sensores de localização em campo, utilizando tecnologia Wi-Fi abre um leque de novas aplicações que exploram a localização de equipamentos ou pessoas. Apesar de possibilitar a exploração de vários novos serviços, a aplicação pode criar novos desafios de segurança e de privacidade.
4. Wi-Fi 802.11n
O novo padrão de Wi-Fi 802.11n aumentará a taxa de transmissão de dados para 100 Mbps e 300 Mbps, e permitirá uma melhor cobertura em algumas situações. O padrão 802.11n deverá definir o desempenho da tecnologia Wi-Fi por diversos anos. O Wi-Fi de alta velocidade é desejável para aplicações de mídia streaming nos escritórios e residências. Para as organizações, o novo padrão exigirá novos pontos de acesso, novas interfaces para usuários sem fio, novas redes e um novo padrão Ethernet. Contudo, o Wi-Fi 802.11n será a primeira tecnologia de internet sem fio a permitir velocidades compatíveis com as de fio, comumente utilizadas para a conexão de PCs em escritórios. Segundo o Gartner, o novo Wi-Fi deverá ser considerado pelas empresas para equipar seus escritórios, substituindo os padrões antigos.
5. Tecnologias de displays
Durante 2009 e 2010, as novas tecnologias para displays terão um impacto no mercado, aumentando a vida útil da bateria e melhorando a qualidade da tela, permitindo o compartilhamento das imagens e informações de forma mais simples e fácil. Os displays passivos, como os usados em e-books, oferecerão novas formas de distribuição e consumo de documentos. A tecnologia de display, analisa o Gartner, será um meio de diferenciação e um importante critério de escolha para os consumidores.
6. Web móvel e widgets
A internet móvel vai emergir como uma meio de baixo custo para entregar aplicações móveis simples para um grande número de dispositivos. Ela tem algumas limitações que não poderão chegar a 2010, como o fato de não ter um padrão universal para o acesso do navegador a alguns serviços, como máquinas fotográficas e dispositivos GPS. No entanto, a web móvel oferece um atraente custo total de propriedade (TCO) sobre aplicações centradas no cliente. Widgets (pequenas aplicações de web móvel) são suportados por muitos navegadores móveis, e fornecem uma maneira simples para "alimentar" celulares e telas pequenas. Segundo o Gartner, as aplicações de web móvel serão muito utilizadas em estratégias móveis de B2C. Aplicações de thin-client também devem emergir como uma solução prática para aplicações corporativas usando conexões Wi-Fi ou celulares.
7. Banda Larga Móvel
As conexões de banda larga móvel tiveram uma explosão de vendas em 2008, impulsionadas pela disponibilidade de tecnologias e preços atraentes ofertados pelas operadoras de celular. O desempenho da tecnologia HSPA (High-Speed Packet Access) prevê um ou dois megabits no uplink e downlink. Em muitas regiões, HSPA oferece conectividade adequada para substituir hotspots Wi-Fi, e sua maturidade permite que as organizações comprem laptops com módulos de celular embarcados que fornecem um desempenho superior aos SIMcards.
8. Near Field Communication (NFC)
NFC fornece uma maneira simples e segura de comunicação entre celulares em distâncias curtas. O Gartner aponta que a NFC está emergindo como um padrão líder para aplicações móveis, tais como pagamento móvel, com experiências bem-sucedidas realizadas em vários países, e transferências de informações. O Gartner, entretanto, não espera muitas aplicações baseadas em NFC antes de 2010 em mercados maduros, como na Europa e os Estados Unidos. A consultoria acredita que é mais provável que o NFC se torne importante mais cedo nos mercados emergentes, com algumas implementações começando em 2010.
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
CIEE abre 800 vagas para cursos de TI grátis
Por Redação do COMPUTERWORLD
O Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) abriu cerca de 800 vagas em cursos e oficinas ligadas à TI, todos gratuitos. A oferta é realizada em parceria com a Impacta, Cisco/Ainet/CTT Brasil e Hauri do Brasil.
Os conteúdos abordam temas como voz sobre IP, Linux, segurança de informação, redes, entre outros. Alguns dos cursos exigem que o interessado esteja cursando ensino técnico ou superior em áreas de TI.
A resenha dos programas e os pré-requisitos para participar estão disponíveis no site da entidade. Por meio dele, é possível também realizar as inscrições.
Os cursos são realizados nos laboratórios do CIEE, no Itaim Bibi, em São Paulo.
Sindicatos patronais de TI querem incentivos do governo para garantir empregos
Por Rodrigo Afonso, do COMPUTERWORLD
Após encontro no Ministério da Indústria de Comércio, entidades representativas do setor de TI aprovaram uma pauta com propostas que foram apresentadas ontem (20/01) ao governo.
Os sindicatos afirmam que procuram melhorar a competitividade do setor, além de gerar empregos e aprimorar produtos e serviços.
Segundo José Courcelli, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES), as propostas mais urgentes giram em torno da desoneração dos encargos trabalhistas. “Essa é a medida mais imediata que pode ser tomada e que tem impacto direto na manutenção de empregos e na competitividade”, afirma.
Dentre as propostas, está a regulamentação imediata da MP 274, que reduz tributos trabalhistas de empresas que tenham adquirido máquinas e equipamentos para a produção de bens e serviços.
Outra proposta que desoneraria a folha de pagamento é a suspensão por um ano dos encargos conexos, com alíquota de 5,8% que vai para salário educação, Incra, Sebrae, Sesc e Senac, entre outros.
As entidades reivindicam também a inclusão de todas as empresas de informática na tabela III, do Supersimples, que prevê menos tributos, além da eliminação do conflito de competência entre municípios na cobrança do ISS, o que eliminaria a dupla tributação.
Os pregões eletrônicos do governo para compra de software também entraram na pauta. Segundo Courcelli, eles prejudicam as empresas, pois geralmente são companhias mal-preparadas que os vencem, oferecendo preços irreais. “Se outras formas de concorrência mais justas fossem utilizadas, os órgãos governamentais se beneficiariam com produtos melhores e o setor veria a criação de mais empregos”, afirma.
Para capitalizar as empresas do setor, as entidades pedem a liberação, via Finep ou BNDES, de linha de crédito para capital de giro de até 500 mil reais com remuneração inferior ao CDI, carência e prazo. O limite atual é de 70 mil reais. Além disso, pedem a constituição de novos agentes comerciais dos bancos de fomento nas cooperativas de crédito de TI.
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
ICP-Brasil normatiza padrões de assinatura digital
Os padrões de geração, armazenamento e verificação de assinatura digital foram publicados na terça-feira passada, 13, no Diário Oficial da União. Na publicação há a instrução normativa nº 1 que aprova a versão 1.0 do documento sobre Requisitos Mínimos para Geração e Verificação de Assinaturas Digitais na ICP-Brasil (DOC-ICP-15.01). O documento regulamenta os requisitos a serem observados nos processos que tratam de assinaturas digitais, quanto a: algoritmos e parâmetros para criação de uma assinatura digital ICP-Brasil; o formato e a maneira de criar uma assinatura digital; procedimentos para verificação e condições para validação de uma assinatura digital.
Já a instrução normativa nº 2 aprova a versão 1.0 do Perfil para Assinaturas Digitais na ICP-Brasil (DOC-ICP-15.02) que contêm um subconjunto dos atributos e propriedades definidos nos padrões internacionais CAdES e XAdES. Tal perfil foi criado com o objetivo de minimizar as diferenças entre as implementações e a interoperabilidade das aplicações para geração e verificação de assinaturas digitais.
A instrução normativa nº 3 aprova a versão 1.0 dos Requisitos Mínimos para Políticas de Assinatura Digital na ICP-Brasil (DOC-ICP-15.03). Essa norma estabelece os requisitos mínimos a serem obrigatoriamente observados pelas entidades criadoras de políticas de assinatura digital no âmbito da ICP-Brasil. A Resolução nº 62, de 9 de janeiro deste ano, aprova a versão 1.0 do documento Visão Geral sobre Assinaturas Digitais na ICP-Brasil (DOC-ICP-15) que estabelece formatos e políticas para assinatura digital de documentos eletrônicos.
Essa mesma resolução ainda informa que as entidades integrantes da ICP-Brasil terão o prazo de um ano para adaptarem seus sistemas para o atendimento a este padrão. Deverão ser estabelecidos critérios, pelas partes interessadas, para a validação das assinaturas de documentos eletrônicos que não estejam em conformidade com o padrão de assinatura digital da ICP-Brasil, produzidos antes desse prazo de um ano. Além disso, o padrão aprovado pela resolução é uma referência genérica para aplicações de assinatura digital, podendo excepcionalmente ser adotado formato diverso do padrão de assinatura digital da ICP-Brasil, desde que tecnicamente justificável, para uso restrito e acordado entre as partes interessadas.
Também segundo os documentos, a utilização de formatos padronizados de assinatura digital no âmbito da ICP-Brasil é essencial para a confiabilidade e credibilidade do processo de criação e validação da assinatura. A não utilização compromete a interoperabilidade e pode acarretar a utilização de formatos de assinatura inadequados para o tipo de documento ou para o tipo de compromisso que está sendo selado com aquela assinatura.
Segundo o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), os documentos aprovados fazem parte de um conjunto de normas que visam auxiliar entidades na adoção de normas e condutas técnicas comuns que possam ser utilizadas em sistemas de assinatura digital; consolidar e popularizar o uso seguro da assinatura digital; desenvolver a interoperabilidade entre sistemas que utilizam a assinatura digital para tornar mais ágil seus processos e aplicações; entre outras.
USP São Carlos sediará centros internacionais de software livre
A USP São Carlos vai sediar as duas novas unidades do Centro Internacional de Competência em Software Livre no país, uma no próprio campus da universidade em São Carlos e a outra em Salvador, na Universidade Federal da Bahia. Os dois novos centros se somarão aos já existentes em São Paulo, no Instituto de Matemática e Estatística (IME) da USP e em três capitais europeias – Berlim, Roma e Madri. E têm por função desenvolver e certificar a qualidade de programas computacionais de código aberto.
A ideia é estimular e atender a demanda de empresas, universidades, instituições de pesquisa e órgãos de governo pelos programas e criar soluções com uma espécie de “selo de qualidade” do grupo QualiPSo (Quality Platform for Open Source Software) para o software desenvolvido de modo colaborativo (wiki) por comunidades de programadores do mundo inteiro.
Referência brasileira em tecnologia, São Carlos fica distante 240 quilômetros da capital paulista. O novo centro pretende explorar o potencial de inovação existente na cidade, que abriga, além da USP, a Universidade Federal de São Carlos, duas unidades da Embrapa, dois parques tecnológicos e mais de 200 empresas de base tecnológica.
No Brasil a iniciativa do grupo QualiPSo é coordenada pelo professor José Carlos Maldonado, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC-USP), também presidente da Sociedade Brasileira de Computação (SBC). Ele explica que os softwares a serem desenvolvidos no país incluem aplicações para governo eletrônico, difusão científica, cultural e sistemas críticos embarcados. “A proposta é trabalhar de forma complementar ao Centro de São Paulo, coordenado pelo professor Fábio Kon, do IME-USP”, observa Maldonado.
A construção do centro de São Carlos deve começar em março e a previsão é que a primeira etapa esteja concluída no fim do ano. O local escolhido foi o Parque Eco-Tecnológico de São Carlos, ainda em lançamento, um dos polos ligados ao Sistema Paulista de Parques Tecnológicos, da Secretaria Estadual de Desenvolvimento.
No entanto, o centro de São Carlos começará a funcionar de modo provisório em fevereiro, em um escritório na sede do Instituto Inova, também na cidade. A equipe é formada por 30 profissionais, e a maioria deles são pesquisadores das universidades locais.
Cooperação tecnológica
O coordenador internacional do QualiPSo, Matteo Melideo, enfatiza que os novos centros pretendem acelerar a obtenção de resultados pelo projeto e explorar novas oportunidades de negócios com o software livre. “A meta é disseminar os resultados já obtidos e apresentar aos governos e indústria internacionais as vantagens de uso desses programas.”
O Projeto QualiPSo é financiado pela União Europeia e por empresas privadas envolvidas com desenvolvimento de software livre, como a Siemens (Alemanha), Bull (França) e Engineering (Itália). A instalação dos centros no Brasil tem como contrapartida a alocação de recursos da USP e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) na viabilização das instalações.
Empresas se unem para prover certificação CISA
A Big Five Consulting e Isaca fecharam parceria para aumentar o número de certificações profissionais com a CISA - Certified Information Systems Auditor no Brasil. As empresas têm realizado cursos preparatórios, que visam a qualificação profissional de maneira a agregar mais segurança e rapidez às tarefas.
De acordo a Isaca, 4% de um total de 60 mil profissionais certificados encontram-se nas Américas do Sul e Central e a iniciativa visa aumentar este número para permear a governança corporativa e de TI.
Segundo o vice-presidente da Isaca, Ricardo Castro, as certificações têm tido uma procura crescente em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo e restrito. “Temos uma média de 70 candidatos por exame (entre CISA e CISM) e em dezembro de 2008 tivemos uma surpresa - foram 130 candidatos inscritos às certificações CISA, CISM e CGEIT. Atualmente, somos 133 CISAs, 54 CISMs e 21 CGEITs no Brasil”, disse.
Galvão Engenharia aumenta produtividade dos atendentes em 30%
Com o objetivo de aprimorar o atendimento ao usuário de TI, realizado anteriormente sem históricos consistentes de registros e sem um workflow de aprovação, a Galvão Engenharia fechou parceria com a Automidia para implementação do sistema de Service Desk.
O software Service Management realiza o atendimento das chamados de cerca de 1,2 mil usuários, por meio do trabalho de uma equipe de tecnologia composta por 15 profissionais que operam e gerenciam o sistema na central, localizada em São Paulo. Todas as filiais e obras da empresa podem abrir os chamados, diretamente de suas estações de trabalho, pelo módulo WEB da Automidia.
Para visualização e análise das informações existentes na base de dados, também foi instalado o software Infoman e o Change Management, que controla os processos de mudança, indicando o solucionador responsável por cada atividade e o relacionamento de dependência entre elas.
Cinco meses após a implementação, a produtividade dos profissionais de atendimento ao usuário aumentou em 30%, com as solicitações sendo gerenciadas pelo departamento de TI. Com a solução, é possível ter acesso a todos registros para atender os quesitos de segurança e a própria auditoria.
Segundo o CIO da Galvão Engenharia, Márcio Nasser, “atualmente, são abertos cerca de 1,3 mil chamados mensalmente e 90% deles são resolvidos em um período médio de nove horas. Porém, já temos uma meta de baixarmos este tempo para quatro horas”.
domingo, 18 de janeiro de 2009
Sustentabilidade: como capitalizar a TI Verde a favor de sua empresa
Por IDG News Service, EUA
A salvação da Terra – e do orçamento de sua empresa – pode ser tão simples quanto usar ar fresco para refrigerar seu data center? A resposta pode não ser tão óbvia, mas pode ser o primeiro passo para alcançar o objetivo, porque companhias que estão utilizando ar natural para refrigerar suas instalações estão colhendo grandes benefícios, tanto ambientais quanto financeiros. Na verdade, executivos de TI, analistas e defensores ambientais afirmam haver uma série de oportunidades para empresas de tecnologia criarem operações mais ‘verdes’ que reduzam custos de energia, aumentem o crédito de carbono das empresas e, também, economizem dinheiro.
Mas a maioria das empresas ainda não estão capitalizando suas iniciativas, mesmo aquelas relativamente fáceis e baratas de se implementar. Uma pesquisa anual realizada pelo Computerworld norte-americano mostrou que os executivos de TI ainda relutam. Quase a metade deles (42%) disse que seus departamentos não têm planejados, para os próximos doze meses, projetos para redução de consumo de energia ou emissão de carbono, e quase três quartos reconheceram não ter planos para a criação de comitês que coordenem estas iniciativas.
Enquanto isso, especialistas alertam organizações que ignoram questões verdes que agora é o momento, se elas quiserem continuar competitivas. “A questão não está evoluindo e há muito em jogo neste momento”, afirma Rakesh Kumar, analista do Gartner. É impossível dizer que estes executivos não têm seus motivos para permanecer longe destas questões. Para Kumar, alguns deles encaram o tema como modismo. Christopher Mines, analista do Forrester, afirma que outros não levam o tema a sério e não veem necessidade de agir, e outro grupo acredita tratar-se apenas de aumento nas despesas.
Outros ainda demonstram irritação com o retrabalho exigido para alinhamento de sistemas e processos. “A última coisa que estas pessoas querem fazer é redefinir processos de TI que funcionam e iniciar um processo de reengenharia para torná-los mais eficientes”, ressalta Mines.
Pioneiros
Apesar disso, há um grupo de executivos de TI e outros executivos que estão colocando os questionamentos de lado e estão implementando iniciativas de TI Verde. Quando a IDC entrevistou 300 CEOs para sua pesquisa “U.S. Green IT Survey”, em setembro do ano passado, 44% dos respondentes disseram que as áreas de TI teriam um papel muito importante os esforços corporativos para redução de impactos ambientais. Em 2007, este percentual era de 14%.
Grandes projetos, com seus correspondentes retornos sobre investimento, exigem muita atenção. Infelizmente, algumas vezes eles deixam de lado pequenas mudanças que, feitas em conjunto, podem representar economias significativas. Veja abaixo algumas das melhores práticas que oferecem benefícios financeiros e ambientais:
- tire da tomada carregadores de bateria e de celulares, quando eles não estiverem em uso;
- troque os monitores CRT por LCD, que são mais eficientes, e garanta descarte correto dos antigos, que contêm material poluente;
- considere fornecer laptops aos usuários, ao invés de desktops. Você reduzir o gasto de energia e eliminar a necessidade de comprar dois equipamentos para os trabalhadores móveis;
- instale e estimule o uso de equipamentos de teleconferência e outras ferramentas de colaboração que reduzem a necessidade de viagens sem sacrificar os negócios;
- desligue os descansos de tela;
- imprima frente e verso e mantenha as impressoras longe dos funcionários. Isso vai desencorajar impressões desnecessárias;
- estimule o teletrabalho. Isso vai reduzir a quantidade de carros na rua e a necessidade de mais espaço no escritório.
A pesquisa de 2008 também mostrou que a redução de custos de energia é o hoje a maior razão para a adoção da TI Verde. “Nós não encontramos muitas empresas em dúvida sobre a exploração de projetos de TI Verde. A principal dúvida é por onde começar. Fornecedores e ambientalistas têm feito muito marketing sobre o tema e isso pode estar confundindo CEOs e CIOs”, acredita Vernon Turner, analista da IDC.
Para que estas iniciativas funcionem, é fundamental que sejam desenvolvidas políticas verdes corporativas. De outro lado, as áreas de TI podem implementar algumas ações sem a necessidade de refazer inteiramente políticas, processos e procedimentos – e também sem gastar muito dinheiro. Mais que isso, elas podem vender o gerenciamento destes projetos com base não apenas em seus méritos ambientais, mas também com base em seu retorno financeiro.
“Muitas ações permitem retorno em curto prazo”, alerta Kumar, lembrando que nas atuais condições da economia mundial, os CIOs deveriam manter seu foco em iniciativas cujos retornos se comprovem em, no máximo, 18 meses. Ele cita como exemplo projetos que reduzam a demanda por energia, desde o uso de telecomutação e teleconferência até a consolidação de data centers. “Estas, em nossa opinião, são ações de TI Verde”, afirma.
Katharine Kaplan, gerente de produto da Energy Star junto a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, concorda. “O gerenciamento de energia é provavelmente um dos meios mais fáceis e de menor custo de obter grandes resultados”, diz. Como exemplo, ela lembra que o uso de funcionalidades de gerenciamento em desktops pode economizar 50 dólares anuais por máquina. As mesmas ferramentas, em monitores, podem economizar de 12 dólares e 90 dólares anuais, por monitor.
Becky Blalock, vice-presidente e CIO da Southern Co., companhia energética de Atlanta, disse que sua empresa está implementando tecnologias de gerenciamento de energia para garantir que seus 26 mil desktops sejam desligados a noite e durante os períodos de inatividade.
Para Henry Wong, membro do programa de eco-tecnologia da Intel, o gerenciamento de desktops é apenas o começo. Ele lembra que o gerenciamento de ativos é outra maneira simples de reduzir os gastos com energia e custos, bastando analisar a operação para identificar e desligar qualquer equipamento eu não esteja sendo usado ou seja necessário.
Outro modo fácil de introduzir benefícios ‘verdes’ que trazem retorno financeiro é a adoção de práticas de procurement, lembra Michelle Erickson, diretora de programa de TI sustentável do Citigroup. Um exemplo: a instituição está implementando thin clients, que têm menor necessidade de energia e reduz as emissões de carbono das empresas usuárias.
A executiva também recomenda que novos equipamentos estejam em conformidade com o padrão Energy Star, o que garante que os usuários estão usando computadores mais eficientes em energia. O padrão será atualizado este ano, e passará a incluir também servidores. Para Wong, estratégia similar pode ser adotada nos data centers: analise o equipamento que você tem e consolide onde você puder maximizar o uso de cada máquina, sempre com foco nas necessidades de suas unidades de negócio.
“Fizemos isso com equipamentos Intel e evitamos gastos de 3 milhões de dólares”, ressalta Wong. A economia veio do fato de a empresa não precisar construir uma nova estrutura física e não pagar pela manutenção do novo prédio. Do lado ‘verde’, houve redução nos gastos com energia.
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
MOBILIDADE: Sistema Operacional Online
EyeOS é um sistema operacional online, que roda através de um browser, você pode se cadastrar nele de forma rápida, apenas usando um usuário e senha, nem email eles pedem. O sistema lembra em parte um tipo de linux, possui ferramentas para criar arquivos *.doc (estilo do word) e também *.xls (um tipo de excel).
Esse sistema existe desde 2005, e é bastante famoso fora do Brasil, por isso, quando eu vi, não podia deixar de divulgar ele aqui no blog. Bastante útil para quem não tem computador, ou então não pára em casa ou no escritório.
Confira mais sobre esse post no blog: http://estilofacil.com/blog
MOBILIDADE: Sistema Operacional online
EyeOS é um sistema operacional online, que roda através de um browser, você pode se cadastrar nele de forma rápida, apenas usando um usuário e senha, nem email eles pedem. O sistema lembra em parte um tipo de linux, possui ferramentas para criar arquivos *.doc (estilo do word) e também *.xls (um tipo de excel).<!--more-->
Esse sistema existe desde 2005, e é bastante famoso fora do Brasil, por isso, quando eu vi, não podia deixar de divulgar ele aqui no blog. Bastante útil para quem não tem computador, ou então não pára em casa ou no escritório.
Segue abaixo alguns screenshots do sistema:
[caption id="attachment_84" align="alignnone" width="544" caption="Tela de login do EyeOS"]<a href="http://blog.estilofacil.com/wp-content/uploads/2009/01/login-eyeos.jpg"><img class="size-large wp-image-84" title="Login" src="http://blog.estilofacil.com/wp-content/uploads/2009/01/login-eyeos-544x408.jpg" alt="Login" width="544" height="408" /></a>[/caption]
[caption id="attachment_85" align="alignnone" width="544" caption="Área de trabalho do sistema"]<a href="http://blog.estilofacil.com/wp-content/uploads/2009/01/desktop-eyeos.jpg"><img class="size-large wp-image-85" title="Desktop" src="http://blog.estilofacil.com/wp-content/uploads/2009/01/desktop-eyeos-544x408.jpg" alt="Área de trabalho do sistema" width="544" height="408" /></a>[/caption]
[caption id="attachment_86" align="alignnone" width="544" caption="Alguns aplicativos abertos"]<a href="http://blog.estilofacil.com/wp-content/uploads/2009/01/aplicacoes-eyeos.jpg"><img class="size-large wp-image-86" title="aplicacoes-eyeos" src="http://blog.estilofacil.com/wp-content/uploads/2009/01/aplicacoes-eyeos-544x408.jpg" alt="Alguns aplicativos abertos" width="544" height="408" /></a>[/caption]
Espero que tenham gostado, e achado alguma utilidade, pois um sistema desses bem utilizado pode render muito nas mãos de quem sabe usar.
<h2>VEJA MAIS</h2>
<a href="http://estilofacil.com/blog">http://estilofacil.com/blog</a>
Eletrônicos ainda não são ecologicamente corretos, defende Greenpeace
Por IDG News Service/França
12 de janeiro de 2009 - 07h30
Os novos produtos eletrônicos são um pouco mais ecológicos do que os vendidos um ano atrás e os fabricantes ainda têm muito o que melhorar, de acordo com uma pesquisa da organização não-governamental (ONG) Greenpeace.
O estudo, chamado "Green Electronics: the search continues", avaliou 50 produtos que foram identificados por seus fabricantes como os mais amigáveis ao ambiente. Mas, segundo o Greenpeace, poucos produtos contêm menos componentes tóxicos do que os testados em 2008.
Um quesito que melhorou consideravelmente em relação ao ano anterior foi o uso de telas com tecnologia LED, que são mais econômicas e livres de mercúrio, substância que pode ser tóxica e era encontrada em vários modelos de televisores.
Outra boa notícia é que mais empresas estão usando materiais reciclados em seus produtos. Além disso, as companhias também estão se responsabilizando por receber e reciclar aparelhos usados.
Mesmo assim, o produto mais ecologicamente correto - o monitor L2440x, da Lenovo - recebeu nota 6,9, em uma escala de 0 a 10. O segundo colocado também foi um monitor, o ScenicView P22W-5 Eco, da Fujitsu Siemens, com nota 6,33.
De acordo com a pesquisa, até o momento, as empresas de tecnologia e produtos eletrônicos têm sido bem melhores na promoção de produtos ecologicamente corretos do que efetivamente na produção de produtos que não agridam ao ambiente.
Projetos open source: saiba como avaliar a colaboração
Por CIO (EUA)
13 de janeiro de 2009 - 08h20
Se 2008 tem uma palavra-chave ela foi, provavelmente, “comunidade”. Mais e mais companhias buscam a colaboração para projetos de código aberto. Mas seguir a tendência só porque todos estão indo nesse caminho não é uma idéia tão boa assim.
Para ser bem-sucedido, o gestor de TI precisa de um plano detalhado sobre o que a organização precisa e como obter esses objetivos. Além disso, o líder deve desenvolver o projeto de open-source, sem prejudicar a liberdade existente nessas comunidades, chamadas de FOSS (sigla do inglês para Free and Open-Source software Community)
A justificativa para insistir nas métricas dos projetos de FOSS não é desencorajar o envolvimento corporativo com o código aberto, pelo contrário. Organizações podem alcançar o sucesso de forma mais fácil, caso tenham um planejamento e que contemple, desde o início, métricas. Muitas organizações, no entanto, começam com metas vagas ou mal definidas (tal como construir a comunidade) e acabam desapontadas com o resultado. Então culpam o modelo open-source, quando, na realidade, trata-se de uma falha de liderança e falta de direcionamento.
O que esperar
Companhias que buscam a contribuição de comunidades devem saber que leva algum tempo para receber o retorno do investimento. Jogar códigos na parede não é o suficiente para obter contribuições. Os desenvolvedores precisam interagir com a comunidade para ajudar a suportar seus esforços. Geralmente, leva algum tempo para contribuintes externos aprenderem sua porção em um projeto e começar a ser produtivo.
Se a meta é “terceirizar” a maioria do desenvolvimento em comunidades de código aberto, esqueça. Enquanto uma comunidade saudável pode prover contribuições valiosas para o responsável por projetos open-source na companhia, não é um substituto para a equipe de engenharia. Os colaboradores também esperam direcionamento do próprio projeto, e certa governança.
Se isso parece muito limitador, o lado bom da coisa é que as comunidades realmente dão uma grande contribuição a projetos, particularmente em termos de testes, correções, traduções, novas características e até no marketing. As pesquisas da Evans Data sobre o assunto geralmente demonstram que cerca de dois terços dos desenvolvedores que recebe algum tipo de contribuição retorna à comunidade.
Que tipo de contribuição?
Antes de sua companhia deslanchar um projeto de open-source, você precisa decidir que tipo de comunidade quer ver florescer e determinar a natureza da contribuição que o negócio deseja. Quer uma comunidade massiva em usuários, mas não está muito preocupado com as contribuições? Ou é melhor ter uma comunidade pequena que dedica seu trabalho a trabalhar em projetos que mais se aproximam das metas da companhia?
Outra opção é uma comunidade de desenvolvedores que usa e estende tecnologias como o SugarCRM, que tem uma comunidade muito interessante para isso. Colaboradores podem vir com várias roupagens, e um modelo não necessariamente servirá para todos.
Algumas companhias estão contentes com projetos que estão disponíveis abaixo de uma licença de open-source, mas com grande parte do desenvolvimento feito em casa pelos desenvolvedores da casa. Nesse caso você pode medir o sucesso de sua organização apenas por meio da adoção.
Mas, uma vez definido aquilo o que você quer, como saber se está chegando lá?
Como medir o nível de sucesso
Downloads é uma métrica estúpida, dado que uma série de aplicativos baixados nunca é instalada. Há muitas abordagens melhores, se não, de encontrar dados precisos. Você deve querer uma forma de rastrear atualizações e instalações do produto. Por hora, um programa pode “ligar pra casa” depois de instalado (com o consentimento do usuário, claro). Um exemplo é o Smolt, inicialmente desenvolvido pelo Fedora Project, e agora sendo usado também pela openSUSE Project. (Smolt não faz muito mais do que rastrear o número de instalações. Ele rastreia as características do hardware para identificar em que tipo de equipamento o Linux é mais usado).
Outra métrica a considerar é o número de usuários. Por exemplo, o open SUSE Build Service requer que os desenvolvedores registrem-se em uma conta para criar pacotes. Isso permite que rastreemos o número de desenvolvedores registrados, o número de pacotes no sistema e quantos projetos estão sob controle.
É importante pensar que seu sistema de rastreamento pode ter dificuldades na retro-alimentação. Se seu rastreador não distinguir entre os funcionários da sua organização e os colaboradores da comunidade, como você pode identificar o número de bugs reportados interna e externamente? Eles não serão muito eficientes se você não souber quem está fazendo o que.
E, obviamente, você deve encorajar sucesso. Se contribuições em códigos são a meta de sua companhia, uma política de copyright liberal encorajaria colaboradores. Requerer que os colaboradores dêem todos os direitos a sua empresa, provavelmente não irá inspirar muito os desenvolvedores. Mas, se não houver nenhuma política de copyright, podem aparecer dificuldades se sua organização quiser fazer mudanças no meio do caminho, tal como mudar de uma licença de open-source para outra.
Ao estabelecer objetivos claros desde o início, é mais fácil para sua companhia determinar quando o open source é o patamar correto para seu projeto de desenvolvimento de software. Uma vez a decisão é por esse caminho, trabalhe no plano e ajuste as necessidades para obter os resultados desejados.
Joe Zonker Brockmeier é o gerente da comunidade openSUSE
terça-feira, 13 de janeiro de 2009
Pesquisa: metade dos programadores querem trabalhar com SaaS em 2009
Por IDG News Service/EUA
12 de janeiro de 2009 - 15h39
De acordo com pesquisa conduzida pelo instituto Evans Data Corporation, metade dos desenvolvedores de todo o mundo espera trabalhar com aplicações SaaS - software como serviço - neste ano. A pesquisa ouviu 1,3 mil programadores.
Para John Andrews, presidente e CEO da Evans, o levantamento indica que as empresas estão começando a acreditar nos benefícios do SaaS em relação ao modelo tradicional, tanto pelo menor custo quanto pela facilidade com que é executado. “Não se trata de uma tendência que vai perder força”, afirma.
Ben Hoelting, desenvolvedor de software da Colorado Techology Consultants, já se considera um profissional híbrido, trabalhando com aplicativos personalizados com foco na plataforma .NET, da Microsoft. “A linha entre desenvolvedor Windows e desenvolvedor Web está ficando muito tênue”, diz o profissional.
Enquanto isso, grandes empresas de SaaS, como a Salesforce, estão indo além da venda e desenvolvimento de aplicações SaaS e buscam vender o conceito de desenvolvimento baseado em cloud computing.
“Os programadores estão começando a tratar vários serviços on-line como meta componentes”, afirma Peter Coffee, diretor de pesquisa de plataforma da Salesforce. Ele cita um exemplo da sua própria companhia, na qual os programadores utilizam a plataforma Force.com como interface principal do usuário e mecanismo lógico de aplicação, os serviços da Amazon.com para contar com um servidor escalável para a plataforma e o Google Docs para ferramentas de colaboração. A Salesforce anunciou, recentemente, parceria com os dois fornecedores.
De acordo com a pesquisa da Evan, somente 10% dos programadores já trabalham nessa integração entre cloud e SaaS, mas outros 25% afirmaram que pretendem realizar a adoção dessas tecnologias integradas em algum momento.
Desafios
O desenvolvimento em Cloud e SaaS criou novas oportunidades, mas os desenvolvedores ainda precisam adquirir novas habilidades e pesar alguns fatos importantes. “É preciso prestar atenção no tratamento das informações e na conexão entre diferentes fontes de dados e a aplicação SaaS”, diz Michael Cote, analista da consultoria Redmonk. “Há também a questão da segurança: como estabelecer uma rede de conexões seguras para seu SaaS?”, questiona.
A escolha da arquitetura também é importante. Pode-se optar por desenvolver aplicações que utilizam somente o poder do servidor do fornecedor ou que também utilizem processamento da máquina do cliente.
Se a escolha for por rodar totalmente no fornecedor, os desenvolvedores mantém toda a aplicação sob seu controle, com maior acesso para realizar diagnósticos. Mas isso tem uma conseqüência. “Sabendo disso, os consumidores vão esperar que as coisas sejam resolvidas de forma muito mais rápida e eficiente”, diz Cote.
Cloud computing: fornecedores criam modelos próprios
Por Fábio Barros, do COMPUTERWORLD
13 de janeiro de 2009 - 07h43
Tecnicamente, o conceito de cloud computing parece consolidado. Analistas e especialistas concordam tratar-se de computação feita em servidores numa nuvem que conta com enormes recursos de processamento e grande capacidade de armazenamento de dados. Em tese, esta nuvem elimina a dependência de um hardware específico para cada aplicação, ou grupo de aplicações, permitindo que recursos de computação sejam provisionados de acordo com as necessidades do usuário, que passa a utilizar TI como utility, pagando por processamento.
Tecnicamente é isso, mas na prática o conceito chega ao mercado recheado com os diferentes sabores adicionados pelos fornecedores. Como uma nuvem de fato, cada um tem dado a ela a forma que melhor atende seus clientes e, claro, seus interesses, o que deve ser levado em conta pelas áreas de TI que pretendem usar o modelo. Por enquanto, o mercado assiste à formação de dois grupos específicos: o das empresas nativas em cloud e o dos tradicionais fornecedores de aplicativos.
No primeiro grupo, companhias como Google e Salesforce.com – para ficar apenas com as que atuam no Brasil – concordam com a teoria de Nicholas Carr segundo a qual o cloud computing deve evoluir e crescer de tal forma que as áreas de TI perderam sua função em alguns (muitos) anos. “Acreditamos que o cloud é o futuro. É um modelo tecnológico e econômico que traz muitas vantagens aos usuários, que não precisam ser técnicos para compreendê-lo”, afirma Enrique Perezyera, presidente da Salesforce.com para a América Latina.
José Nilo Martins, gerente do Google Enterprise no Brasil, vai pelo mesmo caminho. “O cloud vai trazer uma melhoria de valor e conveniência nunca antes vista no mercado de TI. É o que vai concretizar uma promessa de redução de custos muito grande na área de TI”, acredita. O discurso funciona bem, mas na prática a atuação das duas empresas no Brasil ainda mostra musculatura suficiente para comprovar a tese.
A área de soluções corporativas do Google opera no País desde abril deste ano e tem todas as suas ofertas em nuvem rodando em algum dos 40 data centers da companhia no mundo. De acordo com Martins, as soluções oferecidas mudaram bastante de lá para cá. “O Google Apps hoje é bem diferente. Hoje ele conta com soluções específicas para empresas que são bem mais baratas quando se considera o valor necessário para compra de software e infra-estrutura”, afirma Martins.
Na cesta de ofertas do Google estão aplicativos ainda distantes das chamadas missões críticas, como e-mail, instant messaging, VoIP, calendário, gerenciamento de conteúdo, antispam, antivírus e, recentemente, o Google Vídeo, considerado um YouTube corporativo. Na média, os aplicativos podem ser comprados por valores que vão de 75 dólares a 80 dólares anuais por usuário e Martins diz garantir um SLA de 99,9%.
Procurando se aproximar mais do core de seus clientes, a Salesforce oferece hoje aplicativos de automação de força de vendas, de serviços técnicos, administração de conteúdo, gerenciamento de parceiros e redes sociais corporativas, estas últimas por meio da Ideas.com. Para Perezyera, o segredo da empresa, e de outras nativas, como Google, Amazon.com e Facebook, está na facilidade de uso. “Essa foi nossa origem”, decreta.
Apesar de afirmar que o objetivo da companhia – hoje com 51 mil clientes no mundo, mais de mil deles na América Latina – é permanecer na área de CRM, o executivo lembra que a companhia vem trabalhando com o objetivo de se tornar uma plataforma mais ampla com a participação de parceiros. À exemplo do Google Apps Engine, voltado a desenvolvedores, a Salesforce mantém parcerias com cerca de 50 mil desenvolvedores e 800 software houses que criam aplicativos integráveis às suas soluções. Todos eles rodam na estrutura da empresa e podem ser adquiridos em uma loja virtual mantida no site.
Modelo híbrido
Enquanto as empresas nativas apostam em uma potencial onipresença da nuvem, os tradicionais fornecedores de software procuram criar meios para que ela conviva com o modelo de licenças. Para estas empresas, o cloud ainda não é uma realidade, embora algumas delas contem com algumas ofertas.
O grupo Totvs é um exemplo. Weber Canova, vice-presidente de tecnologia e inovação da companhia, diz que o cloud computing ainda é um objetivo a ser alcançado e reconhece que o mercado ainda está no campo das tendências. “A confiança parece estar vindo de empresas que adotaram o modelo primeiro, e estão obtendo bons resultados”, diz.
O grupo oferece seus aplicativos de gestão no modelo de nuvem, que é mantida nos data centers de São Paulo e de Joinville (SC) e mantém uma parceria de desenvolvimento com a Salesforce, com quem desenvolveram uma solução específica para a área de logística. “O conceito que vendemos é o de operador administrativo. Temos um leque de soluções para que o cliente escolha o que quer na nuvem”, explica.
Dar opções ao cliente parece ser a postura mais comum entre os fornecedores tradicionais. É o caso da Microsoft, para quem a nuvem deve ser tratada como mais uma alternativa a mais. Otávio Pecego Coelho, arquiteto de soluções sênior da Microsoft Brasil, conta que algumas delas já estão disponíveis no mercado brasileiro por meio do BPOS (Business Produtivity Online Services). Ali as empresas podem encontrar aplicativos como SharePoint e Exchange, com opção de hardware dedicado ou compartilhado.
O serviço pode ser contratado diretamente da empresa ou de parceiros como Diveo e Accenture. Isto hoje. Com a chegada do Windows Azure – o que só deve acontecer nos Estados Unidos em um ano – há uma tendência de sofisticação destas ofertas. “O Azure é um sistema operacional que gerencia operações em nuvem. Sobre ele haverá um conjunto de serviços, como troca de mensagens e identidade, que serão oferecidos nos nossos data centers”, explica.
Como o Google, a Microsoft prefere não apostar, pelo menos por enquanto, suas fichas em aplicativos de missão crítica. “Muitas empresas gostam de ter controle sobre suas aplicações. O que temos feito é trabalhar para que o usuário tenha as duas opções”.
Mais cautelosa ainda, a IBM não acredita que o cloud computing deva se estabelecer de vez em 2009. Cezar Taurion, gerente de novas tecnologias aplicadas da empresa no Brasil, acredita que os primeiros usuários devem fazer apenas provas de conceito. Ele diz existirem hoje dois tipos de nuvem: públicas e internas e defende que o conceito seja testado, inicialmente, dentro das empresas.
“Hoje temos um ambiente colaborativo, em beta, para clientes, chamado Blue House, e uma solução para criação de nuvens internas, chamada Blue Cloud. Nossa proposta é ajudar as empresas a construírem suas próprias nuvens e, à medida que o conceito for se consolidando, elas devem ganhar amplitude, até chegar às nuvens públicas”, explica.
De todo modo, Taurion acredita que 2009 marcará o início da curva de aprendizado. “O tema está no radar e sentimos muita curiosidade do mercado. Mas este ano tudo deve permanecer ainda um pouco confuso”
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
Gartner lista 10 desafios que serão enfrentados pelos CIOs durante a crise
Por IDG News Service/Cingapura
08 de janeiro de 2009 - 07h40
“A crise econômica do final de 2008 criou a situação mais desafiadora para os negócios experimentada pelos CIOs de todo o mundo. Eles enfrentam um ano incerto e desafiador pela frente”. As declarações são de Mark Raskino, vice-presidente do instituto de pesquisas da Gartner para mercados emergentes.
Segundo Raskino, muitos CIOs já foram orientados a operar com orçamentos menores e estão diante da difícil tarefa de cortar alguns gastos previstos no curto prazo sem prejudicar a recuperação do crescimento planejada pela maioria das companhias.
Diante disso, a Gartner elaborou uma lista com 10 resoluções que os CIOs devem tomar para passar no teste que a economia global lhes impôs.
1 – Construa relacionamento com universitários
Para manter as habilidades da empresa e um grupo de trabalho competente, a Gartner recomenda que CIOs construam uma associação de universitários de TI em suas páginas web, participem de redes sociais on-line com esses estudantes e estabeleçam esquemas de recompensa para os funcionários que conseguem recrutar esses universitários.
2 – Não seja a exceção em meio às novas regras do mercado
Em tempos de tensão, liderar por meio de exemplos importa mais do que de costume. Da linguagem corporal ao vocabulário, os CIOs devem adotar dois ou três comportamentos chave que combinam com a direção que eles querem dar à organização. Vale até abandonar a idéia de optar pelo mais pomposo modelo de smartphone na hora de trocar de celular. Os sinais farão com que as pessoas em volta comentem e pensem sobre seus próprios valores e comportamentos.
3 – Comece a buscar talentos-chave
Em um mercado de crise, inundado de bons profissionais, até pessoas muito boas podem acabar ficando sem uma boa posição no mercado por meses. Para conseguir recrutar algumas dessas pessoas, os CIOs precisam utilizar os caminhos de uma rede de contatos bem estabelecida onde o grupo de talentos é forte. Em vez de esquecer dos caça-talentos e agências de recrutamento, os CIOs devem insistir em interagir com esses parceiros para conhecer novos talentos. O objetivo é preencher muito bem as poucas vagas que surgirem na organização.
4 – Prepare-se para o inesperado
Pode parecer paradoxal, mas é possível se preparar melhor para o inesperado. É importante desenvolver estilos de pensamento e cenários de referência para a equipe e para o próprio CIO. O conselho é convidar pessoas de fora para a discussão, principalmente aquelas que são de meios diferentes e que vão provocar e até irritar a maioria das pessoas. Querendo ou não, isso gera reflexão.
5 – Participe das redes sociais ativamente
A Gartner aconselha que CIOs mostrem suas caras nas redes sociais para iniciar a participação do restante de sua equipe. Observar não é o suficiente. Utilizar as mídias sociais de maneira mais aberta para se comunicar internamente ou externamente reconstrói confiança na marca da organização, cria novos valores na cultura organizacional, desenvolve idéias e refina soluções.
6 – Leve cloud computing a sério.
Cloud computing pode ser uma grande coqueluche, mas não se trata de um modismo. É uma das maiores evoluções da tecnologia comercial e os CIOs devem levá-la muito a sério. Em 10 anos, a maior parte da tecnologia deve ter seus serviços nas nuvens, razão pela qual os CIOs precisam levar a organização à essa direção. Para tanto, é necessário imergir em leituras sobre os termos e sub-tendências que envolvem a tecnologia e testar pessoalmente uma variedade de aplicações cloud.
7 – Não se arrisque com demissões precipitadas
Os CIOs ficarão sob pressão nesse momento. Será tentador cortar rapidamente áreas onde as equipes estão trabalhando em objetivos de longo prazo que parecem ser de pequena relevância. É importante resistir a essa tentação, levando em conta que essas pessoas serão as mais difíceis de serem substituídas no futuro, simplesmente porque seus trabalhos não são de entrega rápida. Em vez disso, o CIO deve repensar a tática dessas equipes e reorganizar os trabalhos.
8 – Comece a oferecer almoços gratuitos para discutir processos com os revendedores
CIOs vão querer que seus revendedores sejam flexíveis e cortem custos. Para tanto, terão que rever seu estilo de relacionamento. Eles devem identificar o principal gerente em cada um dos revendedores chave e convidá-los para um almoço ou um jantar para discutir a otimização de custos que ambos pretendem para o ano.
9 – Cortar gastos é importante, mas com critério
Cortes de gastos devem ser realizados de maneira responsável e sensata. Os verdadeiros cortes ocorrem, por exemplo, com o que se gasta em viagens de avião. Retirar os biscoitos da mesa de reuniões ou limitar excessivamente as aquisições de treinamento ou softwares pode causar prejuízos e desconforto na equipe.
10 – Mantenha-se atualizado sobre tendências a serem consideradas em 2009
Com tanto trabalho a ser feito, a Gartner gosta de relembrar que os CIOs devem manter um tempo para estar em contato com algumas das tecnologias chaves de 2009. Dentre elas, podemos destacar leitores de e-book, Google Chrome, aplicações em cloud, o uso do YouTube como um dos mecanismos de busca padrão e, por fim, teleconferências em alta definição.
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
Microsoft será indenizada por violação de direitos autorais
A Microsoft será indenizada pela Paíra Indústria e Comércio, empresa mineira que reproduziu e utilizou cópias piratas dos programas Office, Project e Windows em diversos computadores instalados em suas dependências. A decisão é dos desembargadores Alberto Henrique, Barros Levenhagen e Francisco Kupidlowski, da 13ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).
A ação foi ajuizada depois que a Microsoft tomou conhecimento de que a fabricante de peças metálicas, sediada em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, vinha reproduzindo e utilizando cópias dos programas sem licença. Em vistoria determinada pela Justiça, a reprodução e a utilização ilícita dos programas Office, Project e Windows foram confirmadas.
Na primeira instância, o juiz Antônio Leite de Pádua, da 2ª Vara Cível de Contagem, condenou a empresa a cessar a utilização ilícita de programas da Microsoft, caso não pagasse o valor de cada um desses programas (na hipótese de não pagamento, o juiz determinou a destruição dos programas). A empresa ficou sujeita, ainda, a multa de R$ 1 mil diários por programa instalado irregularmente e ao pagamento de indenização correspondente ao valor de mercado de cada programa, a ser apurado em liquidação de sentença.
A Microsoft recorreu ao TJMG, afirmando que a indenização fixada com base no valor de mercado dos programas é ínfima, se consideradas as vantagens e os benefícios obtidos pela empresa durante o período em que violou os seus direitos autorais.
No entanto, o desembargador Henrique apontou o pagamento restrito ao valor de mercado dos programas "constitui um incentivo à pirataria, já que o infrator seria compelido, apenas, ao pagamento do preço dos softwares utilizados sem a respectiva licença". O entendimento do relator está de acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça.
Com base nesses argumentos, Henrique aumentou a indenização para cinco vezes o valor atual de mercado dos softwares irregularmente utilizados, a ser apurado em liquidação de sentença. Os desembargadores Barros Levenhagen e Francisco Kupidlowski acompanharam o voto do relator.
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
O Fenômeno da Cauda Longa e o Software Público
05 de janeiro de 2009 - 10h49
O jornalista Chris Anderson gosta de polemizar. Ao afirmar que "o futuro dos negócios é grátis” [1], ele desafia nada menos que o economista Milton Friedman, conhecido pela frase "não existe almoço grátis". A frase de Friedman, tamanha a sua propagação cultural, se tornou uma afirmação recorrente e um retrato da penetração, em seus diversos matizes, do sistema capitalista no mundo.
Ambas as frases são exageros, mas o avanço da humanidade necessita de extremos e de controvérsias. Friedman, da escola monetarista, justifica o estágio de financeirização da economia, e nada mais didático do que criticar aquilo que é grátis.
Já Anderson crê no avanço da economia dos mercados virtuais e recoloca o termo grátis, numa clara provocação às teses monetaristas e, também, para ser emblemático com relação ao modelo de negócios que começa a se estruturar na internet (e para os bens intangíveis) como um dos efeitos da Revolução Tecnológica e Informacional.
O que se percebeu nos últimos anos foi a tendência crescente de financeirização de todas as transações, inclusive com relação aos bens naturais, como as praias e as relações pessoais, como o marketing em rede. Tudo pode ser traduzido em valor monetário: do banho de mar ao contato com o vizinho. A atual crise dos Estados Unidos torna o tema mais visível e demonstra as fragilidades do sistema calcado na aceleração da circulação do dinheiro, uma das bandeiras da linha monetarista.
Chris Anderson, para justificar sua tese, usa o conceito da Cauda Longa, um termo criado pelo célebre economista Pareto [2]. Os estudos do renomado economista são utilizados atualmente para justificar o modelo de negócios no mundo virtual.
O conceito, quando aplicado na economia virtual que se desenvolve predominantemente no ciberespaço, sustenta explicações de como um bem com um custo de produção e distribuição elevados pode alcançar um cliente em qualquer lugar do mundo, sem que exista um custo adicional de estoque e distribuição deste bem. É o chamado "mercado de nichos” [3].
Em função da queda brusca dos custos de armazenamento e do cálculo exato dos custos de entrega, o bem pode chegar a qualquer cliente com um preço final que possibilite o reinvestimento na produção, mesmo sendo um bem com custos adicionais de exclusividade.
Assim, o fenômeno da Cauda Longa surge da evolução natural dos modelos de negócio baseados na internet que cruzam variáveis da estrutura proveniente da Tecnologia da Informação, com o mercado de nichos - com a oferta de bens exclusivos em mercados virtuais - e transações comerciais no ciberespaço.
O fenômeno em questão causa um impacto direto na lógica empresarial do lucro exponencial e imediato e a substitui por ganhar menos durante mais tempo. Embora tal fundamento não se aplique a qualquer bem ou serviço, ele tem suas vantagens quando aplicado para os bens intangíveis ou para os mercados virtuais de alguns bens tangíveis.
Embora o conceito da Cauda Longa explique a longevidade de negócios para bens exclusivos que atuam em nichos de mercado, o Software Público contribui com o modelo por uma lógica complementar. Isto ocorre em função da natureza intangível do bem software e da sua estrutura de produção e disponibilização, capaz de aproximar os dois conceitos: Cauda Longa e Software Público.
O mercado de software dá um peso muito forte a quem oferece o produto. Uma empresa pode definir quando vai descontinuar um projeto, mesmo que existam clientes interessados em permanecer usando a solução. Tal impacto se torna ainda maior para soluções que adotam licenças proprietárias, pois o desenvolvedor pode impedir a evolução e até o uso do sistema, em uma decisão que pode decretar o término de um projeto de forma unilateral.
A experiência do software público, com base no princípio da Cauda Longa, pode se tornar um espaço de continuidade dos projetos de uso e desenvolvimento de software, garantido a longevidade das soluções. Tal iniciativa pode ser compreendida como um aspecto capaz de trazer maior segurança e confiança para os usuários e, conseqüentemente, ampliar a adoção do software por atores sociais dos mais diversos segmentos.
O mais interessante para o modelo do software público aliado ao conceito da Cauda Longa é que será possível conjugá-los com outra vertente de negócios: ao invés dos prestadores de serviços se preocuparem com os ganhos imediatos, obtidos sobre o produto software e sobre o preço que deverá ser cobrado do próximo cliente, eles podem focar na melhoria do atendimento ao cliente e na oferta de um conjunto de soluções mais aderentes às necessidades do mercado.
Tal fato já foi observado em 2007, quando a Revista Computerworld publicou a notícia "Negócios em Software Público" [4]. Nesta matéria, foi possível observar o modelo de negócios do sistema de inventário CACIC. Esta primeira solução desenvolvida com base no conceito do software público foi capaz de gerar receita para 21% dos prestadores que realizaram serviços relacionados à ferramenta.
Isto significa uma mudança significativa nas relações que envolvem a prestação de serviços no mercado de software. As empresas podem focar mais na customização de soluções para o cliente do que na entrega de um produto "caixa fechada" que se proponha a resolver todos os problemas, algo superado na indústria de software. Será a mudança acentuada da venda de produtos ou licenças derivadas por prestação de serviços exclusivos.
O impacto da continuidade de projetos de software significa que o usuário poderá decidir sobre a longevidade de um projeto independente da pressão da oferta. O conceito do software público cumpre a função de garantia de continuidade de projetos e o fenômeno da Cauda Longa pode proporcionar um conjunto maior de oportunidades de negócios para os prestadores de serviço.
Importante que todos os atores percebam o seu papel no processo de retroalimentação do ecossistema,
como o cliente que retorna um erro do software, a empresa que devolve para a comunidade um código melhorado para algum cliente - apesar do seu concorrente - e o ofertante que dedica o tempo do seu funcionário para aperfeiçoar a solução, em vez de tratar unicamente da questão como uma mera redução de custos.
Isto significa, na verdade, que o fenômeno da Cauda Longa, na lógica da economia dos bens intangíveis, será definida pela oferta, pela demanda e pelos prestadores de serviços, algo que Chris Anderson, como bom provocador, pode considerar como um grande estímulo para que o "futuro dos negócios seja grátis", mas que, paradoxalmente, poderá gerar um fluxo monetário cada vez mais intenso.
Notas:
[1] Por que o Futuro dos Negócios é Grátis, Revista HSM Management, número 68, maio-junho 2008, pág. 36/48, HSM do Brasil.
[2] Cauda longa (do inglês The Long Tail) é um termo utilizado na Estatística para identificar distribuições de dados da curva de Pareto, onde o volume de dados são classificados de forma decrescente, Wikipédia. http://pt.wikipedia.org/wiki/A_Cauda_Longa (acessado dia 22/12/2008)
[3] Entrevista com o jornalista Chris Anderson, por Guilherme Ravache, Revista Época, data 01/09/2006, Edição número 433, Editora Globo.
[4] “Negócios em software público”, pág.12, Computerworld, 11 de abril de 2007, número 472, Editora IDG Brasil.
Os sistemas operacionais tradicionais estão com os dias contados?
Por Infoworld/EUA
05 de janeiro de 2009 - 07h00
A primeira versão beta do Chrome foi anunciada no início de setembro.
O navegador do Google é apenas o primeiro exemplo da nova filosofia no desenvolvimento de aplicações. Esta nova estratégia pode mudar a maneira de ser da TI como nós sempre a vimos. O ponto central deste novo credo: aplicações são tudo; o sistema operacional é irrelevante.
Usuários, não administradores
A instalação e a atualização do Chrome passam longe do modelo tradicional de sistema operacional.
Para começar, o navegador do Google não se instala dentro da pasta de aplicações. Ao contrário, ele se instala no diretório principal do usuário. Assim, os usuários não precisam de privilégios administrativos para instalá-lo.
Além disso, o Chrome instala um serviço em background, o Google Updater, que procura silenciosamente por atualizações enquanto o usuário navega. Se encontra, faz o download e instala automaticamente, sem notificar o usuário do que está fazendo.
A lógica por trás disso é que um navegador completamente atualizado é a melhor defesa contra malware e ataques via web. Em vez de ensinar os usuários, o Google simplesmente faz isso para eles.
Mas em um ambiente de TI corporativo, com normas organizadas, o modelo do Chrome tem implicações importantes. E o Chrome é apenas uma das novas aplicações que, discretamente, está subvertendo os papéis tradicionais em TI.
Uma única interface gráfica para tudo
Veja o Adobe AIR. A plataforma AIR usa não apenas um instalador diferente, mas também um widget para download completamente diferente da janela tradicional do navegador de download. O usuário já nota pela aparência de que não se trata do procedimento de instalação tradicional em sistema operacional.
Ao iniciar o AIR, você não vê menus, botões e outras características tradicionais das aplicações em desktop. Você vê uma interface de usuário (UI) construída com Flash, HTML e outras tecnologias da web.
Já foi muito discutido como esse tipo de estrutura simplifica para os desenvolvedores escreverem aplicações ricas para internet (rich applicantions); mas os benefícios vão muito além.
Quando, em 1987, a Apple publicou o seu guia de interface do Macintosh, a idéia era garantir que os usuários do Mac OS teriam benefícios de ter uma aparência constante nos vários produtos. A prática continua até hoje e é seguida pela Microsoft.
Mas as aplicações do AIR não se preocupam com isso. Elas são parecidas com o que o designer quer, nem mais, nem menos. Por definição, estas aplicações são neutras em sistema operacional – existem além e com a mesma aparência rodando sobre a Apple, Microsoft ou outro fabricante.
Território hostil?
As mudanças não são coincidência. Voltemos ao Chrome. Até agora, o navegador do Google está disponível apenas para o Windows, mas ele não parece em nada com uma aplicação tradicional para Windows. Não há ícones ou nome no alto da janela, não há menu com opções. Existem tabs. Esta não é a visão da Microsoft, mas a do Google.
E isto apenas na janela do Chrome. E o que o Google vê dentro dessa janela? Aplicações – aplicações que não precisam ser instaladas, não precisam se instalar no sistema operacional, nem de patches ou upgrades. Dentro desta janela existe o mundo do Google; sem fornecedores de SO.
Não é a toa que grandes companhias de software estão nervosas. "Muitas empresas estão usando o navegador e vendo o navegador como uma maneira de progredir o seu próprio negócio, em vez de criar um ecossistema. O navegador é um território hostil," disse o CEO da Sun Jonathan Schwartz.
Schwartz não está preocupado com o seu sistema operacional, o Solaris. Ao contrário, ele está preocupado com este tipo de nova aplicação roubando espaço do Java, o preferido dos fornecedores de SO.
Recentemente, a Sun lançou o JavaFX para colocar o Java disponível para aplicações que a Adobe e o Google querem fazer. Segundo Jeet Kaul, vice-presidente de Java da Sun, "Você pode criar um tocador de mídia, rodar no navegador e simplesmente arrastar para o desktop e ele vai se tornar uma aplicação no desktop automaticamente. É o mesmo código, a mesma aplicação."
O que esse tocador não é, no entanto, é uma aplicação comum para Windows ou Mac OS X.
Novo rosto para TI
Se a tendência continuar, as conseqüências serão profundas.
Para os desenvolvedores, pode significar a liberdade no design de aplicações e o final da submissão aos fabricantes de sistemas operacionais. Já para os consumidores, pode culminar em uma nova era de computação em que os computadores robustos rodando aplicações binárias e monolíticas saem de cena, dando espaço para novos dispositivos.
Para a área de TI, no entanto, o futuro está nublado. A integração do SO com aplicações e servidores em rede significou a base do sucesso da Microsoft nas empresas.
Se os usuários tiverem o poder de instalar as suas próprias aplicações, com updates e patches automáticos, sem a interface tradicional do SO, estas aplicações ficam fora do suprote e governança de TI atuais.
Os sistemas operacionais podem se tornar irrelevantes em muito pouco tempo. O processo para isso já começou. A pergunte que fica é: estaremos prontos para isso?