sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
Google elege mobilidade como sua principal prioridade
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010, 21h21 - TI Inside
O Google consagrou sua presença junto ao mercado de telefonia móvel nesta terça, dia 16, durante o Mobile World Congress. Além de ter consolidado a plataforma Android como a preferida dos fornecedores de handsets, ganhando destaque e presença no portfólio de quase todas os fabricantes (exceto os que têm plataformas proprietárias), o gigante da Internet ainda tentou ganhar a simpatia da plateia ao dizer que estabeleceu a mobilidade como sua prioridade número um. Eric Schmidt, CEO do Google, solou em uma sessão dedicada só a ele e respondeu a uma sessão de mais de meia hora de perguntas e respostas com a plateia, fato raro em eventos desse tipo.
Além de dizer, com todas as letras, que tem no mercado de telefonia móvel a sua prioridade (projeto apelidado de Mobile First), o que significa pesquisar aplicações e tecnologias que otimizem a experiência de Internet móvel, Schmidt demonstrou uma série de aplicativos em desenvolvimento e anunciou que os celulares Android terão capacidade de rodar a tecnologia Flash, plataforma predominante para conteúdos audiovisuais na web fixa. "As pessoas precisam fazer com o celular tudo o que fazem com o computador", diz o CEO do Google. O iPhone e a plataforma Windows Phone não têm suporte à tecnologia Flash.
Dumb pipes
O momento mais complicado para o CEO do Google foi o das perguntas da plateia, quando em alguns momentos foi duramente provocado a responder questões que, de fato, preocupam muitos operadores. A primeira é se o Google vê os operadores como meros provedores de banda ("dumb pipes"). Schmidt negou categoricamente e disse que compreende o papel dos operadores em investir e desenvolver as tecnologias de acesso e o uso das redes. Ele disse que os operadores terão um papel fundamental na Internet móvel e que há coisas em que eles são indispensáveis, como em mecanismos otimizados de cobrança pelos conteúdos.
Provocado sobre os planos do Google na área de infraestrutura, Eric Schimidt disse: "não temos nenhum plano de investir em maior escala em infraestrutura além dos testes já anunciados", em referência ao projeto de fibra óptica que o Google pretende montar na Califórnia para testar acessos a velocidade de 1 Gbps. Ele disse que o investimento em fibra e o investimento em acesso wireless, como o feito na Clearwire (operadora de WiMax), têm apenas o objetivo de permitir o domínio dessas plataformas.
Apenas plataforma
Aliás, ao falar sobre o que não pretende ser, o CEO do Google procurou também acalmar os provedores de conteúdo. "Nós não temos intenção de fazer conteúdos de maneira nenhuma. Somos e continuaremos sendo apenas plataforma para distribuição de conteúdos".
Ele explicou também a posição do Google sobre neutralidade de rede. "Os detentores de infraestrutura têm que remunerar as suas redes. Só não gostaríamos que houvesse discriminação entre serviços similares", disse, em linha com o que já havia dito o CEO da Vodafone no painel da manhã.
Para o Google, uma das lições importantes ensinadas pela banda larga fixa é que a padronização é fundamental na Internet. "Acreditamos em sistemas abertos e em plataformas abertas. Se isso desenvolver o mercado de banda larga, será bom para o Google".
Eric Schmidt disse acreditar que aos poucos pode haver uma mudança na assimetria de tráfego entre conteúdos baixados pelos usuários (download) e aquilo que o usuário sobe para a rede (upload). "Tradicionalmente, os downloads superam em dez vezes os uploads, mas isso pode começar a mudar se virmos mais jogos em rede e aplicações de telepresença, o que deve acontecer em breve", disse.
Dono do cliente
Uma das perguntas mais provocativas feitas pela plateia foi se o Google vê o usuário dos serviços de banda larga móvel como um cliente seu ou da operadora. Schmidt disse que as relações na Internet entre usuários e provedores de infraestrutura e conteúdos estão se tornando mais complexas. "Provelmente, esse cliente será de nós dois", disse ele.
O Google também foi provocado a responder se pretende ter outras fontes de receita além da publicidade, e qual seria a meta. O CEO reiterou que a publicidade é e continuará sendo a principal fonte de receita do Google. "É um mercado que mundialmente gira US$ 1 trilhão por ano, então achamos que há espaço para crescermos tranquilamente", disse, deixando claro que todas as inovações que o Google pretende trazer ao mercado de telefonia visam, justamente, melhorar o potencial de venda de publicidade. O CEO do Google foi enfático ao defender o mercado potencial do mobile advertising. "Hoje, a fatia das verbas que se destinam às plataformas online são pequenas e menores ainda quando falamos em online móvel, mas isso vai mudar porque o direcionamento e o nível de informação que se tem sobre o usuário móvel são insuperáveis".
Ele disse que o Google tem algumas áreas que ainda pretende desenvolver, como a de aplicações para smartgrids (redes elétricas inteligentes e interconectadas às redes de telecomunicações) e machine-to-machine.
O Google também não parece querer impor aos operadores uma application store única para os aplicativos Android, como faz a Apple com o iTunes. "Achamos que quanto mais formas de distribuição dos aplicativos, melhor".
O Google consagrou sua presença junto ao mercado de telefonia móvel nesta terça, dia 16, durante o Mobile World Congress. Além de ter consolidado a plataforma Android como a preferida dos fornecedores de handsets, ganhando destaque e presença no portfólio de quase todas os fabricantes (exceto os que têm plataformas proprietárias), o gigante da Internet ainda tentou ganhar a simpatia da plateia ao dizer que estabeleceu a mobilidade como sua prioridade número um. Eric Schmidt, CEO do Google, solou em uma sessão dedicada só a ele e respondeu a uma sessão de mais de meia hora de perguntas e respostas com a plateia, fato raro em eventos desse tipo.
Além de dizer, com todas as letras, que tem no mercado de telefonia móvel a sua prioridade (projeto apelidado de Mobile First), o que significa pesquisar aplicações e tecnologias que otimizem a experiência de Internet móvel, Schmidt demonstrou uma série de aplicativos em desenvolvimento e anunciou que os celulares Android terão capacidade de rodar a tecnologia Flash, plataforma predominante para conteúdos audiovisuais na web fixa. "As pessoas precisam fazer com o celular tudo o que fazem com o computador", diz o CEO do Google. O iPhone e a plataforma Windows Phone não têm suporte à tecnologia Flash.
Dumb pipes
O momento mais complicado para o CEO do Google foi o das perguntas da plateia, quando em alguns momentos foi duramente provocado a responder questões que, de fato, preocupam muitos operadores. A primeira é se o Google vê os operadores como meros provedores de banda ("dumb pipes"). Schmidt negou categoricamente e disse que compreende o papel dos operadores em investir e desenvolver as tecnologias de acesso e o uso das redes. Ele disse que os operadores terão um papel fundamental na Internet móvel e que há coisas em que eles são indispensáveis, como em mecanismos otimizados de cobrança pelos conteúdos.
Provocado sobre os planos do Google na área de infraestrutura, Eric Schimidt disse: "não temos nenhum plano de investir em maior escala em infraestrutura além dos testes já anunciados", em referência ao projeto de fibra óptica que o Google pretende montar na Califórnia para testar acessos a velocidade de 1 Gbps. Ele disse que o investimento em fibra e o investimento em acesso wireless, como o feito na Clearwire (operadora de WiMax), têm apenas o objetivo de permitir o domínio dessas plataformas.
Apenas plataforma
Aliás, ao falar sobre o que não pretende ser, o CEO do Google procurou também acalmar os provedores de conteúdo. "Nós não temos intenção de fazer conteúdos de maneira nenhuma. Somos e continuaremos sendo apenas plataforma para distribuição de conteúdos".
Ele explicou também a posição do Google sobre neutralidade de rede. "Os detentores de infraestrutura têm que remunerar as suas redes. Só não gostaríamos que houvesse discriminação entre serviços similares", disse, em linha com o que já havia dito o CEO da Vodafone no painel da manhã.
Para o Google, uma das lições importantes ensinadas pela banda larga fixa é que a padronização é fundamental na Internet. "Acreditamos em sistemas abertos e em plataformas abertas. Se isso desenvolver o mercado de banda larga, será bom para o Google".
Eric Schmidt disse acreditar que aos poucos pode haver uma mudança na assimetria de tráfego entre conteúdos baixados pelos usuários (download) e aquilo que o usuário sobe para a rede (upload). "Tradicionalmente, os downloads superam em dez vezes os uploads, mas isso pode começar a mudar se virmos mais jogos em rede e aplicações de telepresença, o que deve acontecer em breve", disse.
Dono do cliente
Uma das perguntas mais provocativas feitas pela plateia foi se o Google vê o usuário dos serviços de banda larga móvel como um cliente seu ou da operadora. Schmidt disse que as relações na Internet entre usuários e provedores de infraestrutura e conteúdos estão se tornando mais complexas. "Provelmente, esse cliente será de nós dois", disse ele.
O Google também foi provocado a responder se pretende ter outras fontes de receita além da publicidade, e qual seria a meta. O CEO reiterou que a publicidade é e continuará sendo a principal fonte de receita do Google. "É um mercado que mundialmente gira US$ 1 trilhão por ano, então achamos que há espaço para crescermos tranquilamente", disse, deixando claro que todas as inovações que o Google pretende trazer ao mercado de telefonia visam, justamente, melhorar o potencial de venda de publicidade. O CEO do Google foi enfático ao defender o mercado potencial do mobile advertising. "Hoje, a fatia das verbas que se destinam às plataformas online são pequenas e menores ainda quando falamos em online móvel, mas isso vai mudar porque o direcionamento e o nível de informação que se tem sobre o usuário móvel são insuperáveis".
Ele disse que o Google tem algumas áreas que ainda pretende desenvolver, como a de aplicações para smartgrids (redes elétricas inteligentes e interconectadas às redes de telecomunicações) e machine-to-machine.
O Google também não parece querer impor aos operadores uma application store única para os aplicativos Android, como faz a Apple com o iTunes. "Achamos que quanto mais formas de distribuição dos aplicativos, melhor".
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