terça-feira, 15 de setembro de 2009

Empresas estão mais exigentes na hora de contratar

Apesar do mercado de TI enfrentar um déficit de profissionais, companhias buscam conhecimento mais especializado e valorizam perfil comportamental.

Por Andrea Giardino, da Computerworld
15 de setembro de 2009 - 07h00

As empresas estão mais exigentes na hora de contratar, mesmo as de tecnologia da informação (TI) que continuam enfrentando um déficit de profissionais qualificados. A realidade é bem outra depois da crise.

Consenso entre os presidentes das companhias, diretores de RH e consultorias especializadas em recrutamento. Na Totvs, uma das maiores empresas brasileiras de softwares de gestão, o nível de exigência nos processos de contratação continua forte.

O ingrediente novo é a busca por talentos que tenham um perfil comportamental alinhado com o da companhia. Ou seja, características como proatividade, senso de urgência, capacidade de reagir prontamente e trabalhar de forma acelerada.

“Queremos pessoas que percebam o que deve ser feito e ao resolverem, sejam percebidos na empresa por terem resolvido”, afirma Maria de Fátima Albuquerque, diretora de relações humanas da Totvs.

Com uma visão clara sobre o perfil do profissional que a Totvs quer, ela ressalta que foi reforçado o desenho interno das habilidades e competências ideais.

Hoje, Maria de Fátima conta que o foco é na identificação das características pessoais que devem acompanhar as dos executivos. “Fizemos um extenso mapeamento e, por essa razão, adotamos a estratégia de contratar em volume na camada mais baixa da pirâmide”, afirma.

São esses profissionais juniores – estagiários e trainees - que acabam sendo formados dentro de casa para assumirem cargos estratégicos no futuro. “A maior vantagem é ter gente com a nossa cultura e atuando diante das perspectivas de gestão que temos”.

Henrique Gamba, consultor sênior da divisão de TI da empresa de recrutamento Hays, ressalta que competências como flexibilidade de lidar com problemas de diversas naturezas, gerenciar equipes, trabalhar em grupo, saber tomar decisões complexas e ter iniciativa passaram a ser pré-requisitos no momento da contratação.

“Sem contar que o domínio de línguas se tornou fator preponderante e ter certificações é obrigatório para quem te perfil mais técnico”, define Gamba.

Para Claudia Barronca, gerente de RH da Topmind, consultoria em TI e de recrutamento, a crise afetou os processos seletivos no aspecto de se cobrar dos candidatos um perfil multitarefas. "As empresas querem que as pessoas assumam funções além das quais foram contratadas", diz.

José Luiz Rossi, CEO da CPM Braxis, empresa de serviços em TI, afirma que o cenário mudou e a alta rotatividade “voluntária” - como classifica para a saída de funcionários que aceitam convites externos – diminuiu. “Fenômeno que reflete na redução de escassez de profissionais”, afirma.

Só este ano, Rossi explica que foram contratadas 900 pessoas e o grau de exigência se aplica a todos os níveis de funcionários – sejam trainees ou gerentes.

“No caso de profissionais com perfil mais técnico, não tem jeito, ele precisa cada vez mais estar atualizados nas novas tecnologias que surgem”, diz. “Quem para de se atualizar se torna obsoleto, seu conhecimento passa a ser ‘comoditizado’ e acaba tendo menor valor no mercado”.

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