Por Andrea Giardino, da Computerworld
24 de setembro de 2009 - 14h27
A nata das empresas que atuam no Brasil ainda está aquém de atingir o nível de maturidade desejado quanto ao uso de infraestrutura de tecnologia da informação (TI). Pelo menos essa foi a constatação feita pelo estudo Brazil Infrastructure Maturity X-Ray, divulgado na última quarta-feira (23/9), pela consultoria Accenture e pelo instituto de pesquisa IDC.
Inédito no País, o levantamento ouviu 150 companhias de grande porte, em agosto e durante todo este mês de setembro. Seu principal objetivo foi mapear o cenário da TI das empresas e medir o grau de evolução tecnológica de suas operações.
O Brasil apresentou nível 2,4 de maturidade, enquanto a média mundial é 4. “O esperado é que chegássemos, pelo menos, a nível 3”, afirma o gerente sênior da Accenture, Jesus Lopes Aros.
A avaliação teve como pano de fundo as melhores práticas de gestão de TI, a biblioteca ITIL (do inglês Information Technology Infraestructured Library), considerada hoje a espinha dorsal dos projetos de infraestrutura. Embora o mesmo estudo revele que 50% dos entrevistados dominem o padrão ITIL, quando o ideal seria que esse índice fosse de, no mínimo, 75%.
A metodologia envolve níveis que vão de 1 a 5 – informal, repetido, definido, controlado e otimizado. “Esse cenário é preocupante já que o Brasil desponta como uma das economias que mais crescem em investimentos de TI e Telecomunicações, superando os países da América Latina e deixando para trás Coréia e Índia, entre os emergentes”, explica Roberto Gutierrez, diretor da IDC.
De acordo com o consultor da Accenture, um ponto relevante a observar é de que forma o orçamento de TI vem sendo usado. Atualmente, há uma concentração em gastos ligados a manutenção do parque instalado.
Ou seja, do total de empresas ouvidas, 35% dos investimentos são destinados à infraestrutura existente. “Quando deveríamos ter ações voltadas a melhorias dos processos de gestão e inovação”, destaca Aron.
A pesquisa aponta também as políticas de TI Verde ainda estão em fase incipiente. A média de maturidade no Brasil ficou na casa dos 2,3, muito abaixo dos 3 desejáveis. “Muito se fala em política de sustentabilidade, mas as empresas não acordarão para importância do tema”, diz Gutierrez.
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