terça-feira, 17 de março de 2009

Conheça detalhes das 10 tendências tecnológicas que devem dominar o mercado

São Paulo - Uma compilação das previsões feitas por diversos institutos de pesquisa mostra que virtualização, TI Verde e cloud computing dominarão as agendas dos CIOs em 2009

Por Fábio Barros, editor-executivo do COMPUTERWORLD

16 de março de 2009 - 07h00

Institutos de pesquisa como Gartner, IDC e TGT Consulting, iniciaram o ano afirmandoque muito da atenção dos CIOs ao longo de 2009 estará sobre conceitos relativamente novos, como virtualização, TI Verde e cloud computing, e sobre outros nem tanto, como sistemas especializados e arquitetura orientada a web.

O COMPUTERWORLD fez uma compilação das principais tendências apontadas por estes especialistas e constatou que, mesmo sendo globais, por aqui sua adoção seguirá características próprias, reforçadas pelo cenário de crise e de orçamentos apertados. Cássio Dreyfuss, vice-presidente do Gartner, lembra que já há algum tempo o Brasil vem demonstrando um perfil de adoção de novas tecnologias diferente de outros países.

“É diferente. Uma pesquisa nossa identificou que no Brasil começamos mais tarde, mas já de olho na evolução da tecnologia lá fora”, afirma. Isso significa que, por aqui, não existe a chamada fase de expectativa em relação aos resultados. Começamos mais tarde, mas com a certeza da obtenção de resultados. “Isso é importante porque os orçamentos aqui são menores, o que obriga os CIOs a terem uma visão mais estratégica. Não há tempo nem recursos para fazer experimentações”, alerta.

Se esta já seria por si só uma característica própria do mercado brasileiro, este ano ela deve se reforçar ainda mais. Para Dreyfuss, este será um ano de cuidados, e algumas das tecnologias destacadas pelas consultorias vão de encontro a isso. Veja a lista:

1 - Cloud computing
É o modelo caracterizado pela entrega, pelos fornecedores, de uma série de funcionalidades aos usuários. Suas principais características são: entrega no modelo de serviços; oferta de serviços em larga escala; uso da internet como canal; e desenvolvimento de entrega a usuários externos. Seus principais benefícios são custo, flexibilidade e escalabilidade, o que permite rápido crescimento, quando necessário.

Por quê?
Para Cássio Dreyfuss, está no radar dos CIOs porque leva à utilização de TI como serviço. “Toda tecnologia que dispense o a propriedade de hardware e software estará no foco este ano, especialmente para empresas com limitações orçamentárias”, explica.

Quem usa
Uma das primeiras grandes corporações brasileiras a apostar no conceito de computação em nuvem foi a incorporadora Gafisa. No ano passado, a companhia implementou a solução de CRM da Salesforce.com, o que foi considerado por Jim Steele, presidente de operações internacionais da companhia, como uma quebra de paradigma.

“A implementação levou apenas sete dias. Como a TI mudou do mainframe para a estrutura de cliente/servidor, a próxima evolução em tecnologia é deixar as licenças”, afirmou na época, sem revelar a quantidade de licenças adquiridas pela empresa.

2 - TI Verde
O tema já estava na lista das preocupações das empresas em 2008, e deve ganhar força este ano por conta de fatores como redução de custos e conformidade. No primeiro caso, a adoção de produtos e abordagens mais eficientes pode permitir o uso de mais equipamentos com o mesmo consumo de energia elétrica, ou a redução deste item nos orçamentos. Por outro lado, vários governos do mundo vêm adotando regulamentações a respeito, o que pode levar várias empresas a considerar planos alternativos para a construção de seus data centers, por exemplo. Há ainda um terceiro fator, que é a formação da imagem de empresa sustentável, característica que começa a ser levada em consideração pelos consumidores.

Por quê?
Pedro Bicudo, sócio-diretor da TGT Consulting, não tem ilusões em relação a adoção de práticas de TI Verde por parte das empresas. “O conceito ganhou novo fôlego com a crise. As empresas têm a necessidade de economizar energia e recursos, e por isso a busca por estratégias verdes será bastante forte neste início de ano”, afirma. Já Dreyfuss reconhece que há um potencial de ganhos aí, mas não sabe se estes compensam o que deve ser investido para sua obtenção. “Por outro lado, as empresas que dependem de uma imagem positiva estão investindo porque a opinião pública considera isso importante”, defende

Quem usa
Um exemplo de que a pressão pela adoção de iniciativas ‘verdes’ pode vir de fora para dentro foi dado no ano passado pela Universidade de São Paulo (USP) com a criação de um 'selo verde' para a compra de PCs, que vai exigir dos fornecedores que seus produtos passem a ser livres de chumbo, totalmente recicláveis e econômicos no consumo de energia.

A iniciativa foi instituída em uma licitação concluída em setembro para compra de cerca de 2 mil máquinas. Segundo Tereza Cristina Carvalho, diretora do Centro de Computação Eletrônica da universidade, o objetivo é tornar a certificação obrigatória para qualquer fornecedor que queira participar de uma licitação da instituição. O problema, segundo a diretora, está na falta de empresas com essa capacidade.

“Nós ainda não podemos incluir essa exigência no edital. Não encontramos três fornecedores que poderiam se adequar”, explica a professora. Na USP, as licitações devem conter, no mínimo, três empresas, caso contrário, a compra pode ser impugnada, causando prejuízos à instituição. A saída foi fazer um edital “esverdeado”. Não havia a exigência, mas sim a recomendação de entregar as máquinas completamente livres de chumbo, com todos os componentes recicláveis e com baixo consumo de energia.

Quem venceu a licitação foi a Itautec. “Começamos o processo (de tornar as máquinas ecologicamente corretas) há sete anos. Nossa fábrica foi toda modificada”, justifica Cláudio Vita Filho, vice-presidente da fabricante.

Tereza conta ainda que a universidade, em parceria com a própria Itautec, pretende criar um centro de descarte e reciclagem de máquinas. No momento, a iniciativa está na fase de estudos sobre viabilidade financeira. “Recentemente, fizemos um levantamento só de bens que não fazem parte do patrimônio, como mouses, e juntamos 5 toneladas de lixo”, conta a professora. Ao todo, a USP tem hoje cerca de 40 mil computadores, 15 mil impressoras e 8 mil equipamentos de rede.

3 - Virtualização
Grande parte das discussões em torno do tema envolve a virtualização de servidores, mas o crescimento de ambientes virtualizados de storage e outros equipamentos (como desktops) vem crescendo rapidamente. Na área de armazenamento, a virtualização elimina a duplicidade de dados gravados em vários discos, o que reduz o custo de armazenamento. O mesmo vale para PCs e sistemas operacionais, mas, neste caso, a previsão é que menos de 40% das empresas estarão utilizando desktops virtualizados até 2010.

Por quê?
Mais uma vez, volta-se para uma tecnologia que permite a entrega de TI como serviço. Bicudo reconhece que falou-se mais do que se realizou projetos de virtualização ao longo de 2008, mas acredita que isso aconteceu porque as empresa tiveram que dar foco aos projetos de expansão. “Com a chegada da crise, a virtualização, assim como a TI Verde, ganha muita importância no planejamento de projetos do mercado corporativo”, afirma.

Quem usa
Com 18 unidades espalhadas em todo o País, a Cobra Rolamentos iniciou no ano passado o processo de virtualização de seus desktops e migração para thin clients com o objetivo de simplificar o processo de manutenção das máquinas. Antes da adoção desta tecnologia, as máquinas com problemas eram enviadas para a matriz em São Paulo para serem reparadas, já que as filiais não possuem suporte. “Só o tempo gasto com o transporte chegava a quatro dias e muitas vezes as unidades ficavam sem computador, porque nem sempre compensa ter um de reserva”, explica Diogo Sturaro, analista de TI da empresa.

O executivo conta que, em média, quatro estações por mês passavam por algum tipo de conserto na matriz. A distribuidora adquiriu 22 terminais Wyse para São Paulo e Guarulhos (SP) e irá trocando aos poucos os computadores das demais unidades. Entre os benefícios, Sturaro destaca a facilidade de realizar o upgrade dos programas apenas no servidor, pois o processamento dos terminais não é local.

Além disso, os terminais suportam programas pesados, como software de vendas e o cliente do R/3 da SAP que roda na Cobra, sem perdas de processamento ou velocidade, explica o executivo. A área de trabalho mais limpa e espaçosa, já que agora não há mais CPUs para serem armazenadas são outra vantagem dos thin clients.

4 - Colaboração
O conceito é amplo, mas quando falam nele, os analistas estão se referindo mais especificamente ao uso de softwares e redes sociais. A previsão é que, a partir de 2009, as organizações começarão a considerar a integração de dimensões sociais aos seus tradicionais sites ou aplicativos. Mais que isso, deverão adotar plataformas sociais internamente para aumentar a capacidade de engajamento e participação de sua força de trabalho.

Por quê?
“As redes sociais vão crescer acompanhando um fenômeno social importante que é a cada vez maior disponibilidade da internet. Além da queda nos preços de hardware e do acesso, o governo vem tomando ações neste sentido. Elas vão crescer porque o acesso vai crescer”, defende Dreyfuss. Para Bicudo, o conjunto formado por blogs, wikis e redes sociais forma um pacote que, mais uma vez, atende à necessidade de redução de custo das empresas. “Tudo isso vai suprir restrições de viagens e a necessidade de continuidade de projetos. Já começamos a ver coisas assim em 2008 e isso deve se acelerar este ano”, diz.

Quem usa
O fortalecimento da internet 2.0 e as possibilidades de divulgação geradas pelas redes sociais e colaborativas motivaram a Tecnisa a criar uma nova função no organograma da área de marketing - o gerente de redes sociais, cargo ocupado por Roberto Loureiro. Sua função é vasculhar redes colaborativas e sociais para identificar dúvidas de clientes e analisar opiniões.

Um exemplo: desde setembro, a Tecnisa usa o sistema de micro-blog para enviar notícias para seus seguidores sempre que lança um empreendimento. “Nossos seguidores estão interessados em lançamentos e oportunidades na área da construção civil e acompanhar as estratégias web empregadas pela Tecnisa. O Twitter permite uma comunicação rápida para um público que consentiu receber informações sobre a empresa. Outra vantagem é que conseguimos enviar links do Flicker e do Youtube, aumentando as possibilidades de diálogo com quem desejar mais informações sobre o produto que estamos promovendo”, informa Loureiro.

Desde que lançou um site focado em e-commerce, há sete anos, a construtora vem ampliando os resultados online. Em 2007, por exemplo, o site originou a venda de 327 unidades; em 2008, foram 530 unidades, até novembro. Dados da companhia mostram que 94% dos clientes visitaram o site antes de fechar a compra de uma unidade. Blog, Site, Yahoo Respostas, Flicker, Youtube e Twitter já fazem parte do universo onde a Tecnisa marca presença. Além disso, a empresa monitora constantemente as redes sociais, como Orkut e Myspace, e atualmente está criando sua estratégia de atuação no Facebook.

5 – Novas arquiteturas
A previsão é de que a internet deve alinhar-se definitivamente ao conceito de SOA (arquitetura orientada a serviços). Não por acaso, a web vem crescendo como o exemplo mais bem acabado de ambiente orientado a serviço quando se fala em agilidade, interoperabilidade e escalabilidade. Está claro que o uso de modelos centrados na web na vai atender a todas as necessidades do mercado corporativo, mas sua evolução vai permitir que sejam utilizados em uma série de aplicativos nos próximos cinco anos.

Por quê?
Dreyfuss é direto ao falar sobre novas arquiteturas: “tudo o que se fizer daqui para frente será feito sobre a web, que hoje é o canal de tecnologia por excelência”. De todo modo, Bicudo acredita que as empresas ainda estão se preparando para trabalhar com isso. “É algo que vai provocar uma mudança razoável em TI, principalmente na área de administração de arquitetura”, diz.

Quem usa
Desde 2007 a operadora de turismo CVC vem apostando na plataforma SOA. Naquele ano, a companhia investiu 1,2 milhão de reais na migração de seu sistema de gestão. O objetivo: simplificar a estrutura de TI para que as operações financeiras funcionassem melhor e padronizar os sistemas na plataforma Oracle, ganhando tempo de desenvolvimento e integração em uma mesma interface.

Na época ocorreu a implementação do Oracle Business Suíte para 72 usuários internos encarregados de tarefas como cadastro de faturas, controle fiscal e de pagamentos, entre outras tarefas. Além da área financeira, o projeto de modernização da infra-estrutura de tecnologia incluiu também a área de segurança da informação. Com cerca de 2,5 mil usuários internos dos sistemas de informação, a operadora não tinha até então nenhuma padronização para senhas ou logins, algo que o executivo classifica como nada fácil de se administrar.

Para facilitar esse trabalho, a CVC Turismo decidiu implantar também, em novembro do ano passado, a IDM Suite, solução de gestão de identidade da Oracle. O passo seguinte foi a estruturação dos portais de relacionamento com seus cerca de 7 mil agentes de viagem com base na arquitetura orientada a serviços (SOA), também em banco de dados Oracle, e viabilizar o pagamento online aos parceiros de negócios.

6 – Comunicações unificadas
O Gartner acredita que, nos próximos cinco anos, o número de fornecedores de comunicações com os quais as empresas lidam atualmente deve cair pelo menos 50%. Esta mudança deve-se ao crescimento da capacidade de convivência entre servidores de aplicativos e aplicativos de comunicação, que cada vez mais compartilham servidores e sistemas operacionais. Isso vai causar uma consolidação massiva da indústria de comunicações e vai exigir cuidados das empresas usuárias.

Por quê?
Bicudo afirma que os CIOs devem estar atentos à expansão da conectividade e à ampliação das possibilidades de redução de custo geradas a partir da adoção de comunicações unificadas. “Sem dúvida é uma área que deve evoluir bastante, também acompanhando o crescimento do acesso a internet”, concorda Dreyfuss.

Quem usa
A Terex Latin America, fabricante de equipamentos para construção, possui 17 mil colaboradores em sua sede em Westport (EUA) e em suas unidades espalhadas no resto do mundo. A presença global exigiu a criação de mecanismos que facilitassem o fluxo de comunicação, integrando o escritório local com as filiais internacionais. Para isso, a companhia optou pela implementação de um projeto que envolveu a tecnologia de vídeo conferência e roteadores.

O projeto, desenvolvido pela IPconnection, envolveu a instalação da solução de videoconferência Tandberg 1700 MXP, roteadores da Cisco Systems e outros softwares de administração dos equipamentos, para a filial de Barueri. Hoje, a empresa pode reunir até 14 pessoas ao mesmo tempo em uma sessão de videoconferência, além de poder contar com a apresentação de vídeos e conteúdos que estejam em qualquer computador de usuários que estejam conectados à rede MPLS (MultiProtocol Label Switching). A companhia pretende expandir o projeto para a fábrica no Rio Grande do Sul e para as unidades da Índia, China e outros países da Europa Oriental.

7 – Business Intelligence
A adoção de aplicativos de BI estava no topo das listas de prioridades para os CIOs em 2008 e permanece na lista em 2009 por conta do potencial de geração de impactos positivos nos negócios. Bem utilizadas, estas ferramentas podem ampliar o desempenho das empresas usuárias. Mais que isso, aumentam dramaticamente a capacidade de tomar decisões rápidas em todos os níveis da organização, das estratégias corporativas aos processos operacionais.

Por quê?
O BI continua na lista, mas de acordo com Cássio Dreyfuss, ele passa por uma mudança significativa nas empresas usuárias, uma vez que não se trata mais de adotar uma ferramenta que vai complementar o sistema de gestão de fornecer informações sobre a própria empresa. “As companhias brasileiras começam a olhar para fora e perceber que podem reagir a partir do ponto de vista dos seus clientes e isso aumenta o potencial de gastos com estas ferramentas, porque aqui ainda não fizemos os investimentos que as companhias lá de fora já fizeram” diz.

Quem usa
Unificar a plataforma para informações referentes às auditorias externas de mercado, agilizar a tomada de decisões estratégicas e possibilitar a toda companhia a utilização da mesma solução para suportar o processo de análise de desempenho do negócio. Estas eram as principais necessidades da Sanofi-aventis, uma das maiores empresas farmacêuticas do mercado brasileiro, ao iniciar a implantação da solução de BI da Cognos.

O projeto, coordenado pela Softtek, aconteceu em duas etapas. A primeira foi para identificação de requerimentos, com o objetivo de entender e documentar as solicitações dos usuários, possibilitar melhor visibilidade do esforço e risco do projeto, identificar da primeira área a ser desenvolvida visando garantir resultados rápidos e sinergia entre os assuntos e garantir a entrega dos produtos rapidamente.

Já a segunda fase do projeto, realizada de agosto de 2007 a outubro de 2008, incluiu o refinamento dos levantamentos anteriores e desenvolvimento. Dando continuidade, várias ferramentas foram instaladas no desenvolvimento do projeto: Análise Studio, para relatórios e consultas na base de dados; Report Studio, para relatórios de alta complexidade; Query Report, para consultas AD-HOC; Cubos PowerPlay, para relatórios dinâmicos e Data Manager, ferramenta de ETL.

8 – Servidores
Parecia um tema já consolidado, mas a evolução dos processos de virtualização provocaram uma nova onda evolutiva nestes equipamentos (os blades são um exemplo). Esta evolução vai simplificar itens como o provisionamento da capacidade de atender necessidades de crescimento. A simplificação permite que as empresas mapeiem recursos distintos, como memória. Eles também simplificam o inventário de sistemas.

Por quê?
Na prática, a utilização de servidores mais simples permite a redução de gastos. Por exemplo, em caso de aumento de capacidade, elimina a necessidade de pagar por vários recursos novos, mas apenas por aqueles que realmente necessitam ser atualizados. “O resultado é uma maior utilização, sem a perda de recursos que poderiam estar com a configuração errada”, ressalta Dreyfuss.

Quem usa
A Grendene percebeu que havia acertado em optar pela virtualização de seus servidores quando, antes de terminado o projeto de consolidação, surgiram quatro novas iniciativas que exigiriam novos servidores. Os treze servidores estavam obsoletos e trabalhando no gargalo quando a equipe de infra-estrutura de TI resolveu que era hora de investir. Como a empresa já tinha uma solução de storage da HP, a parceria com a fabricante pareceu vantajosa. A solução de virtualização da VMware foi incluída no pacote.

Giancarlo Fontoura, diretor de infra-estrutura de TI, optou, então, por não só adquirir o hardware, mas também o apoio de consultoria e treinamento. Os servidores foram substituídos por apenas quatro servidores blade que rodam treze máquinas virtuais, mais quatro destinadas aos projetos de caráter urgente que apareceram no meio do caminho. Com tudo isso, segundo Fontoura, o projeto com virtualização ficou cerca de 30% mais barato do que aquele orçado sem essa ferramenta.

Além da flexibilidade para agir diante de uma mudança de escopo, a área de infra-estrutura de TI ainda se comprometeu a recuperar qualquer servidor em, no máximo, quinze minutos. O TCO (Total Cost of Ownership) e os custos de demanda e de suporte à infra-estrutura diminuíram já que foi reduzida por mais da metade o número de máquinas físicas. Além disso, o aproveitamento de CPU e memória é, de acordo com o executivo, muito melhor hoje. O número de transações por minuto passou de 400 mil para 800 mil com os novos equipamentos e a virtualização.

9 – Software como serviço
Outro tema que ocupou muitas das discussões do setor ao longo de 2008, mas que não chegou a apresentar grandes níveis de adoção. De todo modo, a possibilidade de ‘alugar’ um aplicativo e pagar por utilização, ou por usuário, torna-se ainda mais atraente no momento em que empresas de diversos tamanhos discutem como reduzir custos sem perder eficiência.

Por quê?
“O modelo de software como serviço deixa de ser algo novo e chega à maturidade em 2009”, prevê Bicudo. Isso acontece em função de dois fatores distintos: a evolução natural do modelo, que há alguns anos vem ganhando forma no mercado; e o impulso dado pela crise econômica, que deve fazer com que as empresas acelerem o processo de adoção do modelo.

Quem usa
A construtora OAS anunciou em 2008 a implantação do sistema de gestão empresarial da Mega Sistemas disponibilizado como serviço pela CorpFlex. Seguindo o modelo SaaS (Software as a Service), o software fica hospedado no data center do fornecedor, que se responsabiliza pelo gerenciamento do software e de toda infra-estrutura necessária de manutenção do ambiente de data center.

Uma das mais importantes vantagens desse projeto para Marcelo Vitório, gerente de TI da OAS, foi o curto prazo de implementação. “Em quatro meses conseguimos instalar o sistema de gestão e fazer a hospedagem no data center”, conta. “O modelo de negócio viabilizou a implementação. Se tivéssemos que comprar o ERP, teríamos que fazer alto investimento e levaria muito mais tempo a sua implantação”, aponta Vitório. Ele ainda destaca que, em apenas dois meses do uso do software, o número de usuários passou de 10 para 25.

10 – Outsourcing
Atrelada à promessa de consolidação da proposta de entrega de TI como serviço está o fortalecimento do conceito de terceirização. O modelo surge como alternativa às empresas que estejam cortando custos, necessitando ampliar suas estruturas ou, ainda, iniciar sua operação.

Por quê?
O uso da terceirização dá aos gestores de TI a possibilidade gastos operacionais relacionados à manutenção de sistemas e equipamentos, sem a perda das funcionalidades relacionadas. Ganha força com a crise que, segundo Bicudo, “provocou diversos ajustes nas prioridades dos CIOs para 2009”.

Quem usa
TI Verde é um conceito que envolve iniciativas em várias frentes. Em 2008, ao adotar o conceito de terceirização de impressão, a Nutrin Sistemas de Alimentação Ltda., investiu em um deles. Com o outsourcing, a companhia conseguiu diminuir o número de cópias de 50 mil para 34 mil por mês, reduzindo custos de impressão, cópias e papel.

“Tivemos uma média de 35% de economia”, comemora Odair Alves de Arruda Junior, gerente de tecnologia da informação da empresa. O contrato prevê uma franquia de 40 mil cópias mensais, feitas em três multifuncionais Lexmark X646e. A economia de custos se traduz na redução de folhas impressas (30%), diminuição de impressões perdidas (80%), redução da quantidade de cópias (30%), além da eliminação de equipamentos.

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