sábado, 30 de maio de 2009
Empresas precisam implantar melhores práticas de segurança, alerta advogada
Sua empresa está preparada se levarem o servidor embora? A situação não é hipotética e acontece com freqüência em ações de busca e apreensão, pois está amparada nos artigos 798, 839, 840 e 842 do Código de Processo Civil e artigos 13 e 14 da Lei de Software (Lei 9.609/98). A informação é de Patrícia Peck Pinheiro, advogada especialista em Direito digital, sócia da PPP Advogados, feitan durante palestra nesta sexta-feira, 29, sobre o Direito digital corporativo e o judiciário brasileiro.
Ela explicou que falta conhecimento às empresas sobre o assunto, além de demorarem na coleta e guarda das provas adequadamente, no uso de ferramentas tecnológicas específicas e também na hora de tomar decisão no momento da ocorrência do incidente.
"As empresas demoram a perceber o problema, em guardar a prova e em tomar uma ação jurídica. Já fomos procurados por empresas três meses depois do acontecido", explica a advogada.
Segundo levantamento feito pelo escritório PPP Advogados, os incidentes eletrônicos mais comuns, pela ordem, são uso indevido de senha, mau uso da ferramenta de trabalho tecnológica, uso não autorizado da marca na internet, contaminação por vírus ou trojan, vazamento de informação confidencial, problemas com contratos de TI, pirataria e downloads, furto de dados, cyber/typosquatting, ofensa de direitos autorais e fraude eletrônica.
Segundo Patrícia, as empresas têm de ter cuidado aos usos e costumes que não tem qualquer embasamento legal. "Quem não conhece alguém que imprime um e-mail importante para guardar e apaga o original eletrônico", exemplifica. Ela ressalta que o judiciário está se modernizando para responder às demandas do Direito digital: em 30% dos casos de identificação de autoria se obtêm liminar no mesmo dia; 40% em um dia; 20% em quatro dias e 10% em cinco dias. Devido à demora das empresas, apenas 50% têm êxito na identificação do autor; 27% dos casos são oriundas de lan-houses sem registro; 13% de empresas sem registro, 7% têm evidências prejudicadas, 3% outras causas.
A pesquisa mostrou ainda que os objetos mais frequentes de ações judiciais são: 43% identificação de autoria; 22% retirada de conteúdo do ar; 12% infração a propriedade intelectual; 9% quebra de acordo de nível de serviço (SLA) e falha de serviço; 5% dados por ofensa na web; 4% desenvolvimento de software; 3% fraude eletrônica; 1% abuso de reclamação e 1% contrafação e afins.
Segundo o especialista Alexandre Maiali, as "empresas têm de mapear processos para evitar processos. Geralmente as empresas têm política de backup, mas não de restore. É comum ver documentos armazenados que são sobrescritos, com títulos como documento final, documento final 1, documento final revisado". "As empresas tem de fazer não o Plano Diretor de Informática mais o Plano Legal Diretor de Informática, para criar valor jurídico do documento desde sua origem", enfatiza.
segunda-feira, 25 de maio de 2009
Três formas para gerir melhor múltiplos fornecedores
Por Patrícia Lisboa, repórter da CIO
Com a ruptura gerada pelos novos modelos de prestação de serviços em tecnologia da informação - graças a modelos como cloud computing, open source e SaaS (software como serviço) -, os CIOs estão sendo desafiados a criar mecanismos eficientes de gerenciamento de fornecedores.
Em apresentação durante o CIO Perspectives Conference, Pedro Bicudo, sócio-diretor da consultoria TGT Consult, apontou que a gestão de múltiplos provedores de serviços pode ser otimizada por meio das seguintes medidas:
• Desenvolvimento de centro de competência em outsourcing
A criação de uma área específica para o relacionamento com fornecedores pode aumentar – e muito – a eficácia dos serviços prestados. Bicudo aconselha que os gestores de tecnologia da informação liderem o processo de capacitação de profissionais que ficarão especificamente dedicados à negociação de contratos, cobrança de resultados, identificação de gaps no atendimento, entre outros.
“Os fornecedores possuem ótimos vendedores, que apresentarão suas soluções de forma extremamente sedutora ao cliente em potencial”, destaca Bicudo, que complementa: “Assim, é preciso contar com colaboradores especializados no assunto e com conhecimento suficiente para identificar ameaças na oferta apresentada e discutir condições de pagamento mais vantajosas à companhia”.
• Evolução dos contratos: de jurídico a comportamental
Na prestação de serviços terceirizados de tecnologia da informação, o relacionamento com os fornecedores é tão importante quanto a definição de acordos de nível de serviço, ao passo que, em um momento de dificuldade, é preciso contar com a colaboração imediata do fornecedor. “Quando um sistema para, o CIO quer poder ligar para o celular do gerente de seu contrato e ter a certeza de que ele vai resolver o problema mais rápido possível”, explica Bicudo.
O sócio-diretor da TGT Consult ainda reitera que quando uma questão precisa ser solucionada imediatamente, nem o fornecedor nem o cliente estão preocupados com o contrato. “Ninguém quer saber a quais penas os prestadores de serviços estarão sujeitos se não cumprirem o acordo de nível de serviço, a prioridade é que tudo volte ao normal”, garante ele.
• Amadurecimento contínuo da técnica de contratação e administração de parceiros
Mesmo que um acordo determine que algum fornecedor permanecerá na companhia por dois anos, os membros do centro de competência em outsourcing devem avaliar constantemente a prestação de serviços e compará-la a outras ofertas disponíveis no mercado. Além disso, podem procurar outras empresas para saber quais são suas alternativas de sucesso.
sexta-feira, 22 de maio de 2009
Procergs investirá R$ 30 milhões em projetos de e-Gov
Nos últimos anos, o Rio Grande do Sul transformou-se num exemplo incontestável de projeto bem-sucedido de governo eletrônico (e-Gov). Agora, a responsável pela gestão e execução dos programas, a Procergs, companhia de processamento de dados do estado, quer se tornar referência no país nessa área, e investirá R$ 30 milhões neste ano, por meio de licitação, principalmente para aquisição de software e hardware.
A companhia executará três grandes projetos neste ano: a implantação de uma fábrica de software, a migração das aplicações do mainframe para plataforma baixa e a implantação do sistema de emissão dos documentos fiscais referentes ao transporte de carga por Conhecimento de Transporte Eletrônico, novo modelo de documento fiscal eletrônico que está sendo desenvolvido pelas Secretarias de Fazenda dos estados e a Receita Federal.
De acordo com o presidente da Procergs, Ademir Milton Piccoli, os projetos de e-Gov já proporcionaram ao governo do Rio Grande do Sul redução de 34,28% nas despesas entre 2006 e 2008, ou seja, uma economia de cerca de R$ 16,3 milhões. Somente entre 2007 e o ano passado, os sistemas de e-Gov reduziram os custos para o governo em cerca de 17%, o que representou uma diminuição nos gastos de R$ 6,74 milhões.
Entre os projetos, ele destaca o Tudo Fácil, similar ao Poupatempo do governo de São Paulo, com a diferença que possibilita ao cidadão do estado realizar qualquer tipo de operação por meio da internet, sem a necessidade de ter que se dirigir aos postos de atendimento.
Piccoli aponta, ainda, o sistema de nota fiscal eletrônica como uma das principais soluções desenvolvidas pela Procergs. "Fomos responsáveis pela emissão da primeira nota fiscal eletrônica do país e líderes em emissões", afirma, ao citar também o projeto que permitiu à Superintendência de Serviços Penitenciários do Rio Grande do Sul (Susepe) e o Tribunal de Justiça do estado que só utilizem documentos eletrônicos, em substituição ao papel.
"Nossa meta é ser referência em e-Gov no Brasil. Nossos resultados nos últimos dois anos foram positivos, conseguimos reduções substanciais junto as fornecedores que foram repassadas ao governo na forma de redução de custos, o que proporcionou o aumento de caixa", afirma Piccoli.
O executivo diz que a expectativa para este ano é reduzir os custos para governo em mais 5%, tendo como base a economia alcançada entre 2006 e 2008. Para alcançar essa meta, ele diz que a Procergs fechou contrato, por meio de licitação, com a Stefanini IT Solutions para o desenvolvimento de sistemas para 20 mil pontos de função (métrica que avalia a quantidade de trabalho necessária para a implantação de um software) e 4 mil horas de consultoria técnica. O valor do acordo é da ordem de R$ 8 milhões e tem duração de cinco anos. "Com isso, conseguiremos atingir nossa meta que é de atender maior número de demandas, pois com esse contrato com a Stefanini aumento a nossa capacidade produtiva", frisa Piccoli.
Segundo ele, os R$ 30 milhões que a empresa dispõe para este ano serão investidos na aquisição de software e hardware que possam proporcionar mais economia e, ao mesmo tempo, aperfeiçoar os sistemas do governo do Rio Grande do Sul. "Realizaremos uma modernização tecnológica para podermos ser ainda mais efetivos", afirma Picolli, sem, contudo, adiantar quais são os projetos envolvidos.
quinta-feira, 21 de maio de 2009
Lenovo entra na disputa do varejo de PCs no Brasil
A fabricante chinesa Lenovo anunciou nesta terça-feira, 19, a entrada no mercado brasileiro de varejo de PCs e estipulou como meta conquistar a liderança nesse segmento até 2011, quando pretende obter uma participação em vendas entre 12% e 15%. Para isso se confirmar, no entanto, a empresa terá de desbancar a Positivo, atual líder do mercado. Até então, a Lenovo atuava apenas no segmento corporativo.
Para disputar esse segmento, a fabricante lançou a linha IdeaPad, voltada para consumidores finais, e fechou acordo com a Fnac para a venda dos equipamentos.
Segundo Tadeu Testa, diretor de negócios da área de varejo da Lenovo no Brasil, outros acordos com varejistas já estão sendo negociados. "Em breve estaremos em todos os grandes varejistas do Brasil", afirmou o executivo.
Citando dados do IDC, Testa observou que o mercado de varejo de PCs no Brasil movimenta 6 milhões de unidades ao ano, número que deve saltar para 7 milhões em 2011. Segundo o executivo, se conseguir conquistar de 12% a 15% destse total, a empresa garantirá não somente a liderança no segmento de varejo, mas do mercado de PCs em geral.
Segundo Testa, 56% das vendas de PCs no Brasil vêm do segmento de varejo, percentual que salta para 70% quando consideradas as pequenas e médias empresas, que muitas vezes, comenta o executivo, optam por adquirir seus computadores nos varejistas, devido aos melhores preços e condições de pagamento.
Um das estratégias da Lenovo para atingir os consumidor final é o lançamento de um netbook, que, segundo calcula Testa, serão responsáveis por 10% das vendas totais da empresa no Brasil.
STJ suspende julgamento sobre licença de uso de software
A Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça está discutindo se a regularidade de utilização de software só pode ser provada com a exibição do contrato de licença ou nota fiscal. Essa é a questão central que está sendo debatida para decidir se a empresa Sergen – Serviços Gerais de Engenharia deve indenizar a Microsoft pelo suposto uso de softwares irregulares. Por enquanto não há uma data definida para a sentença.
O relator, ministro João Otávio de Noronha, votou pelo pagamento da indenização. O ministro Luis Felipe Salomão, que havia pedido vista, votou pelo não conhecimento do recurso, sendo seguido pelo voto antecipado do ministro Aldir Passarinho Junior. O julgamento foi interrompido pelo pedido de vista do ministro Fernando Gonçalves.
A disputa começou em 1998, quando a Microsoft e outras empresas de informática ajuizaram ação de perdas e danos contra a Sergen, alegando utilização indevida de programas de computador de propriedade das autoras sem a necessária licença de uso.
Baseado em laudo pericial, o juiz de primeiro grau condenou a Sergen ao pagamento de indenização no valor de mercado de cada programa sem licença multiplicado por 400. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro acatou a apelação da empresa de engenharia. O tribunal estadual considerou laudo técnico atestando que os programas, embora sem a documentação, eram originais e julgou a ação improcedente.
No recurso especial, a Microsoft alegou que o tribunal local teria violado o artigo 9º da Lei n. 9.609/98 ao afirmar que a apresentação de discos de instalação serviria para comprovar a licença de uso dos programas.
Para o ministro João Otávio de Noronha, o referido artigo é claro ao afirmar que, na falta do contrato de licença, o documento fiscal relativo à aquisição ou licenciamento de cópia servirá para comprovação da regularidade do uso de programa de computador. Segundo ele, é injurídica qualquer dedução de que os discos originais dos programas suprem a exigência legal.
O ministro Luis Felipe Salomão tem outro entendimento. Para ele, a regra do artigo 9º não é restritiva, sendo possível comprovar a regularidade do software por outros meios. Por considerar que a regularidade do uso dos programas foi devidamente comprovada mediante a apresentação dos discos originais de instalação, o ministro divergiu do relator e votou pelo não conhecimento do recurso.
O ministro Aldir Passarinho Junior acompanhou a tese divergente. Ele também considera que o artigo 9º da lei admite a prova da propriedade por outros meios legais. Como o tribunal estadual aceitou essa prova, o ministro entende que revê-la seria violar a Súmula 7 do STJ, que veda o reexame de provas pela Corte.
quinta-feira, 14 de maio de 2009
Rede Adventista Silvestre de Saúde economiza 30% com gerenciamento de impressão
A Rede Adventista Silvestre de Saúde contratou a Simpress para gerenciar seu parque de impressão e o projeto iniciado há cerca de três meses representou uma economia de 30% para o hospital. Houve uma renovação completa dos equipamentos instalados e atualmente a instituição conta com 70 máquinas, entre impressoras e multifuncionais, responsáveis pela produção de 200 mil impressões mensais.
“O outsourcing trouxe modernização com impressoras de alto padrão de qualidade, velocidade e durabilidade, além de um sistema de bilhetagem eficiente, que auxilia no gerenciamento e controle de toda a produção”, diz Ari Rangel, gerente de TI da instituição.
Esse sistema de bilhetagem, segundo Vittorio Danesi, diretor presidente da Simpress, une as informações relacionadas a todo processo de impressão, possibilitando uma gestão centralizada e a disponibilização dos dados em relatórios, conforme a necessidade do cliente. “A Rede entendeu claramente que, mais do que reduzir custos, poderia investir seus recursos para melhorar ainda mais o atendimento de seus pacientes, colaboradores e parceiros”, conclui.
Modelo de SaaS exigirá mudança radical dos fornecedores
O modelo de software como serviço (SaaS, na sigla em inglês) marcará uma mudança radical nas empresas que quiserem oferecer essa solução ao mercado. Essa foi a conclusão na qual chegaram especialistas do setor durante o Software Innovation – 2009, evento promovido pela revista TI INSIDE e organizado pela Converge Comunicações e realizado esta semana, em São Paulo, para discutir e apresentar tecnologias, soluções e novos modelos de negócios para o segmento.
Segundo David Dias, líder da iniciativa de SaaS da IBM, o SaaS altera o modelo de venda e de receita das empresas, que deixa de ser vinculada a licenças e passa a ser atrelada a serviços. "É uma nova forma de comercializar e de negociar que altera a estrutura de receita e lucratividade das empresas. É outro business", afirma o executivo.
Para isso, Dias alerta que as empresas devem se estruturar previamente, criando uma área específica para atender as demandas e negócios de SaaS, antes de partirem para a oferta do modelo. Ele diz que as empresas passam por três desafios antes de se tornarem fornecedores de SaaS. O primeiro é justamente a mudança do modelo de negócios, o segundo é a necessidade de formar grandes e qualitativas parcerias e o terceiro os investimentos em infraestrutura, seja de forma orgânica ou por meio do aluguel de infraestrutura de outros provedores.
"As empresas terão de investir em um novo negócio, que não será lucrativo no início. Ele terá um tempo para gerar lucro", observa Dias.
Na visão do presidente da Benner, Severino Benner, como o cliente não fez nenhum investimento inicial, ele pode deixar o serviço a qualquer momento. "Por esse motivo, tem de se vender confiança", avalia. Segundo ele, quando a empresa contrata um fornecedor de SaaS, escolhe um parceiro de negócios e por isso deve ser realizado um processo de transformação da equipe de vendas dentro das companhias interessadas em fornecer soluções de software como serviço. "A venda não é mais só para a área de TI, mas sim para a área de negócios", atesta.